ABC da Economia Titulo Análise
Universidades corporativas
Por Antonio Aparecido de Carvalho*
09/10/2020 | 00:04
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O ambiente interno das organizações é impactado pelo ambiente externo e, dessa maneira, para acompanhar as exigências da competitividade, é preciso desenvolver os colaboradores, devido às necessidades de aprimorarem seus conhecimentos, habilidades e competências.

A educação corporativa diz respeito a um programa de educação e desenvolvimento utilizado pelas empresas com objetivo de desenvolver os funcionários e parceiros do negócio nas competências relacionadas às estratégias da organização. Esse assunto vem crescendo a medida em que as empresas percebem a importância do desenvolvimento de pessoas. Desta forma, a área de treinamento e desenvolvimento estabelece a educação corporativa por meio das UCs (Universidades Corporativas).

A educação corporativa consiste em formar e desenvolver talentos na gestão dos negócios, promovendo a gestão do conhecimento, através de processo de atividade ativa e contínua. Os cursos e treinamentos ofertados pelas UCs vão desde o conhecimento acerca da trajetória da empresa, princípios éticos, conhecimentos inerentes aos cargos ocupados, economia, atualidades, finanças pessoais e corporativas, dentre tantos.

O principal objetivo da universidade corporativa é o desenvolvimento e a instalação das competências organizacionais e humanas, competências que são imprescindíveis para o alcance das estratégias de negócio.

Com o objetivo de verificar a percepção dos gestores e dos colaboradores sobre a eficácia da aprendizagem via UCs no desenvolvimento profissional, foi aplicada uma pesquisa com residentes nas cidades do Grande ABC que trabalham ou que já trabalharam em empresas que possuem UCs.

A amostra foi composta por 422 respondentes, dos quais 51,9% são do gênero masculino; 43,4% são gestores e 56,6% são colaboradores; quanto ao ramo de negócio, 61,6% são de ‘serviços’; e sobre a participação nos treinamentos a partir das UCs, 73,5% (310) participam no próprio local de trabalho.

Em relação à divulgação e o reforço da importância dos programas de aprendizagem, os colaboradores indicam que existe uma forte tendência nas empresas, fato que corrobora a percepção dos gestores, que apontaram que se trata de uma prática em crescimento nas organizações.

Todos os respondentes afirmaram que os gestores são incentivadores no processo de aprendizagem remota. A amostra geral (funcionários e gestores) apontou que os treinamentos aplicados pelas UCs possibilitam atingir os objetivos traçados pelas organizações.

Conclui-se, portanto, que para que os programas de universidade corporativa tenham sucesso, é imprescindível seguir alguns princípios e isso foi possível constatar na pesquisa Gestão do Conhecimento: tanto os colaboradores quanto os gestores responderam que as UCs contribuem para o desenvolvimento e a identificação das competências, tanto para o aspecto humano quanto para o negócio. Dessa forma a gestão do conhecimento é uma vantagem competitiva.

Tecnologia e aprendizagem

Verificou-se que o ensino remoto é uma ferramenta fundamental no desenvolvimento dos colaboradores, pois os resultados indicaram que 49,53% dos respondentes já participaram de UC de forma remota.

Quando ao papel dos gestores, os dados apontaram que eles são imprescindíveis em todo o processo de aprendizagem e desenvolvimento.

A parceria entre organizações e instituições de ensino superior (público/privado) é benéfica, pois constatou-se que as parcerias com instituições de ensino são práticas vivenciadas pelas organizações, pois 13% da amostra geral têm os treinamentos por meio dessas parcerias. Além disso, identificou-se que mesmo as empresas que utilizam a UC no próprio local de trabalho ou por ensino a distância também possuem parcerias, representando 29,8% da amostra.

Esses resultados indicam que mesmo as empresas que possuem suas próprias instalações de UC tendem a buscar parcerias, pois em determinado momento o espaço torna-se insuficiente para atender um grande número de pessoas.

Este artigo teve sua origem em nota técnica do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da USCS, escrita por mim e em coautoria com Laís Iolanda da Silveira, Milton Carlos Farina, Denise Faustino, Edival Silva Filho, Heloisa Carvalho Santos, Igor Rodrigues Costa e Mateus Perroni.

* Doutor em Administração pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e pesquisador do Observatório Conjuscs
 




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