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Bolsas da Europa operam em baixa após Trump colocar ponto final em novo socorro
07/10/2020 | 07:26
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A tensão global disparada nos mercados acionários pelos tuítes do presidente americano, Donald Trump. O mandatário ordenou suspender as negociações com os democratas de um novo pacote de estímulos à economia antes das eleições, o que conduz as principais bolsas da Europa ao território negativo na manhã desta quarta-feira, 7. Prevalece o mau humor dos investidores, que tentam digerir eventuais desdobramentos da decisão, ainda que boa parte não vislumbrasse um acordo antes da corrida presidencial nos Estados Unidos.

Como os mercados europeus já estavam fechados após a série de tuítes de Trump, o reflexo aparece nesta manhã. Às 06h55 de Brasília, o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha baixa de 0,07%, aos 365.62 pontos. "Esses tuítes parecem ter interrompido o movimento de redução de risco", observa o holandês Rabobank, em relatório a clientes.

O presidente dos Estados Unidos afirmou que os republicanos fizeram uma oferta generosa de US$ 1,6 trilhão e acusou a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, que pediu US$ 2,4 trilhões, não estar negociando com boa fé. "Instruí meus representantes a pararem de negociar até depois das eleições, quando, imediatamente após eu ganhar, aprovaremos um grande projeto de lei de estímulo que se concentra nos trabalhadores americanos e nas pequenas empresas", disse Trump.

Não bastasse a disparada de tuítes, um pouco antes, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, chamou atenção para consequências possivelmente trágicas sem um eventual novo socorro às famílias e empresas por conta da pandemia.

"Os mercados têm lutado para encontrar uma direção clara nas últimas semanas devido à falta de catalisadores positivos e ao aumento do número de incertezas que afetam o humor", avalia o analista de mercados da australiana AxiCorp, Milan Cutkovic. "A volatilidade só vai aumentar antes das eleições nos EUA e o rali está com pernas trêmulas".

No horário acima, em Frankfurt, o DAX recuava 0,10%. Por lá, além do "fator Trump", o resultado da produção industrial desagradou, com queda de 0,2% em agosto ante julho, em termos ajustados, como informou nesta quarta-feira a Destatis, agência oficial de estatísticas da Alemanha. A expectativa era de alta do indicador em 1,5%.

Quanto ao noticiário local, os investidores também devem monitorar discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, no Fórum Financeiro Internacional, às 09h10 de Brasília. Ontem, ela reforçou que a recuperação econômica na zona do euro será "incompleta, incerta e desigual".

Nas demais bolsas do ocidente, a de Londres tinha queda de 0,01%, e o índice CAC 40, de Paris, recuava 0,04%, aos 4.893,50 pontos. O FTSE MIB, de Milão, baixava 0,02%, a 19426,57 pontos. Enquanto isso, o Ibex 35, de Madri, tinha declínio de 0,49%, a 6.902,50 pontos.

Apenas o PSI 20, de Lisboa, é um "outlier" na manhã de hoje em meio ao mau humor dos mercados, com alta 0,03%, a 4.183,95 pontos. Dentre os destaques de alta da bolsa portuguesa, estão as ações ds EDP, do setor de energia.




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