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Mesmo sem colar em Bolsonaro, PSL andreense aposta alto

Único diretório sem ter pré-candidato a prefeito vislumbra eleger dois vereadores longe de aproveitar popularidade do bolsonarismo

Por Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
06/09/2020 | 00:26
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Reprodução/Instragram


Único diretório no Grande ABC que está sem pré-candidato a prefeito colocado, o PSL de Santo André avalia ter um bom desempenho eleitoral neste ano mesmo sem utilizar a imagem do presidente Jair Bolsonaro, eleito pela legenda em 2018, mas que deixou a agremiação após rusgas com a direção nacional.

A aposta principal do partido é eleger dois vereadores. Atualmente, o PSL conta com o parlamentar Toninho de Jesus – eleito pelo PMN em 2016. O diretório está próximo do prefeito Paulo Serra (PSDB). O presidente municipal da sigla, Régis Gomes, avisou, contudo, que ainda há tempo para debater alternativas eleitorais, inclusive lançar Toninho como prefeiturável – embora a tese seja pouco provável.

Questionado se a campanha no município será de se escorar na popularidade de Bolsonaro – que, em 2018, recebeu 212,9 mil votos andreenses –, Gomes assegurou que a diretriz será passada pela cúpula paulista, dirigida pelo deputado federal Júnior Bozzella, adversário do bolsonarismo. Foi Bozzella quem assumiu a presidência paulista quando o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, foi destituído da função.

“Nós vamos trabalhar em uma linha junto com a (executiva) estadual. Nós sempre sentamos com a estadual e debatemos as questões de orientação, direção”, disse o presidente andreense, sem citar o nome de Bolsonaro, este que ensaiou retornar ao PSL em meio ao avanço de sua popularidade – em agosto, o Datafolha apontou que 37% dos brasileiros acham o governo federal ótimo ou bom, melhor percentual desde o início do mandato.

No mês passado, em entrevista ao Diário, Bozzella considerou que o PSL terá seis prefeituráveis nas sete cidades, excluindo Santo André – os demais são Rafael Demarchi (São Bernardo), Nilson Bonome (São Caetano), Jhonny Rich (Diadema), Professor Betinho (Mauá), Carlos Sacomani, o Banana (Ribeirão Pires), e José Teixeira (Rio Grande da Serra). Aliás, a semana é decisiva para essas candidaturas, que seguem sob flerte de outras forças políticas em suas respectivas cidades.

O cenário foi traçado diante da aproximação do partido na cidade com Paulo Serra. Também no mês passado, na inauguração do escritório político do PSL em Santo André, o prefeito esteve presente, tirou fotos e conversou com filiados. O único vereador do PSL em Santo André, Toninho de Jesus está na base de apoio do tucano, inclusive.

Com convenção marcada para o dia 12, o PSL de Santo André ainda vê espaço para movimentações eleitorais mais bruscas. Conforme Gomes, o partido se mexe para tentar indicar Toninho para a vaga de vice de Paulo Serra – o posto é ocupado por Luiz Zacarias (PTB) e o tucano já declarou que a dobrada será reconduzida, sem espaço para diálogo com aliados.

“Contamos com três possibilidades. A primeira opção seria brigar pela vaga de vice-prefeito e fazer uma chapa de (Paulo) Serra e Toninho de Jesus. A outra alternativa seria a de sustentar uma chapa pura, como Toninho candidato a prefeito e eu como vice. A terceira via seria a de lançar apenas candidatos a vereadores”, alegou o presidente do partido. A última opção é a mais viável, diante das declarações de Bozzella e das negociações de bastidores. A meta do partido, conforme o dirigente andreense, é eleger dois vereadores. 




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