Política Titulo Mauá
Oposição entra no MP contra Atila por subnotificações

Representação aponta que número de casos pode ser três vezes maior que o divulgado

Fabio Martins
Diário do Grande ABC
06/07/2020 | 07:47
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Em mais uma ação impetrada pela oposição em Mauá, o vereador Fernando Rubinelli (PTB) entrou com representação junto ao Ministério Público contra o prefeito Atila Jacomussi (PSB) em que requer investigação sobre eventual prática de subnotificação de casos de Covid-19 adotada pelo governo durante a pandemia. A medida, de acordo com o documento formalizado no último dia 22 na Promotoria, tem objetivo de corrigir problema e assim se tenha diagnóstico preciso da real situação da cidade diante da crise sanitária.

Ex-líder do governo Atila na Câmara, o parlamentar é filho do pré-candidato ao Paço pelo PTB, Wagner Rubinelli, ex-titular do alto escalão. Ele migrou de ala logo depois do episódio da primeira prisão de Atila, em maio de 2018. Nesta denúncia, o petebista retrata que os números de infectados podem ser três vezes maior do que o divulgado pela administração municipal, baseado nos dados fornecidos pelo governo de São Paulo. Conforme o texto, “Mauá seria a 15ª cidade do Estado com mais registros de contração do coronavírus, com 1.720 confirmações e 120 mortes, perfazendo taxa de mortalidade considerada alta, de 7%”.

“Em contrapartida, em clara dissonância com o levantamento do governo estadual, as páginas do próprio prefeito e da Prefeitura apresentam um índice de 570 casos e 108 óbitos (na ocasião do protocolo). O registro de mortes, portanto, seria 11% maior”, pontua o documento. Atualmente, de acordo com a atualização de sexta-feira, o Paço computa 862 moradores com diagnóstico confirmado e 138 óbitos. A representação destaca também que em outras cidades da região, como Santo André e Diadema, há divergência da contabilidade do Estado, mas os números são superiores e não o contrário.

O governo do socialista já foi alvo de outras ações por parte de oposicionistas neste ano. A maioria das medidas referia-se aos gastos públicos para estrutura e gestão do hospital de campanha, no Centro. Esse objeto já desencadeou, inclusive, abertura de inquérito civil e operação deflagrada em junho pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) contra o Paço, com mandados de buscas na casa do prefeito e em seu gabinete, além da residência do secretário de Saúde. Atila negou irregularidades, na oportunidade.

Questionada, a Prefeitura não se manifestou sobre o caso. 




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