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Sindicatos do Grande ABC se mobilizam por doações

Metalúrgicos, bancários e químicos fazem ações para recolher donativos para ajudar afetados pelo novo coronavírus

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
22/04/2020 | 00:13
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Os sindicatos dos trabalhadores da região se unem em um gesto de solidariedade para ajudar os mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. As sedes das entidades representantes das categorias dos metalúrgicos, bancários e químicos – que somam aproximadamente 104 mil colaboradores nas bases – vão funcionar como postos de doações de alimentos e produtos de higiene pessoal. A ideia é repassar para instituições que ajudem famílias carentes.

A iniciativa surgiu em reunião encabeçada pelo presidente estadual do PT e ex-prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho – ele foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT (Central Única dos Trabalhadores), além de ministro do Trabalho e da Previdência Social. O político falou que o momento demanda a necessidade de união na região.

“Estamos refletindo sobre esse problema e temos que equilibrar entre o isolamento e a participação do movimento de solidariedade. Temos que levantar esse ponto de interrogação, até porque a região foi muito organizada desde a década de 1970 para passar por momentos difíceis”, disse. De acordo com Marinho, neste momento é importante manter o isolamento, “mas que há problemas como o desemprego”. “É preciso organizar a rede e ser solidário. Muita gente vem fazendo pontualmente esse tipo de ação. Os sindicatos, que sempre estão engajados e possuem essa capacidade, também estão recebendo o chamado”, analisou.

Segundo Marinho, cada entidade vai decidir a melhor maneira de fazer a arrecadação. Um exemplo é o prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que possui 68 mil trabalhadores na base. Localizada em São Bernardo, a unidade vai arrecadar alimentos em formado drive-thru, ou seja, as pessoas não vão precisar nem descer dos carros para deixar os donativos.

“Teremos doação a partir de procura das empresas. Outra forma é o trabalhador levar a doação dele nos respectivos sindicatos, como um sistema de drive-thru, onde ele deixa com todos cuidados, e nós separamos e repassamos as doações para entidades que ajudem as pessoas em dificuldades. Desta forma, vamos conseguindo ajudar na montagem de cestas básicas”, disse o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos Moisés Selerges.

Para a população de rua, o espaço também está se adequando para receber uma pia. O intuito é que ela fique disponível para moradores de rua fazerem a sua higienização.

O presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Belmiro Moreira, que representa cerca de 6.000 profissionais na região, afirmou que a ideia é envolver os sindicatos e organizações sociais para amenizar a “situação de vulnerabilidade de famílias com o desemprego e também insegurança vivida nesta crise”. “Pretendemos envolver também as empresas da região na doação de alimentos, produtos de higiene e agasalhos e ainda fazer o cadastro, daqueles que não têm acesso ao auxílio emergencial do governo federal”, disse.

“Além da campanha junto às empresas para fazer doações, pensamos em ação junto aos trabalhadores para que eles pudessem levar o alimento para a gente recolher. A ideia é fazer uma grande campanha de arrecadação nas sete cidades”, endossou Raimundo Suzart Lima, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, que possui 30 mil trabalhadores na base. Segundo ele, as empresas do setor começam a ser contatadas nesta semana.

Festa do 1º de Maio será on-line e unificada este ano

As centrais sindicais anunciaram que a festa em comemoração ao Dia do Trabalhador será on-line neste ano. A mudança acontece por causa da pandemia e em respeito ao isolamento físico para o combate do novo coronavírus. O ato e os shows serão feitos em formato inédito de live, com transmissão ao vivo pelas redes sociais.

O 1º de Maio unificado terá grade de apresentações musicais, a partir das 10h, intercaladas pelas mensagens dos presidentes das centrais e de convidados dos movimentos sindical e popular. A previsão é a de que a grade completa seja divulgada nesta semana.

A primeira festa unificada entre a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical, as duas maiores entidades representativas dos trabalhadores, aconteceu no ano passado no Centro de São Paulo. Anteriormente, os atos com shows em homenagem ao Dia do Trabalhador aconteciam de forma separada – a CUT celebrava na Praça da República e a Força Sindical, na Praça Campo de Bagatelle, ambas na Capital. Os eventos da Força Sindical eram marcados pelos tradicionais sorteios de carros novos entre os participantes, o que não vai acontecer neste ano.

Sob o mote ‘Saúde, Emprego, Renda: um Novo Mundo é Possível com Solidariedade’, o Dia do Trabalhador é, para as centrais, data de reflexão e de luta pela democracia, pelo direito de a classe trabalhadora ter um movimento sindical organizado, ouvido e respeitado, conforme divulgado pelas centrais. 




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