Ao aceitar o convite para participar de A Grande Família em 2001, Nanini assinou um contrato de três anos com a Globo – até então, ele só havia trabalhado por obra certa. Mesmo assim, garante que não imaginava que o remake fosse além dos 16 episódios previstos. Diante do sucesso, a emissora estendeu o programa, que já está em seu terceiro ano com uma audiência de 40 pontos, superior à média das temporadas anteriores.
Aos 55 anos de idade e 37 de carreira, Marco Nanini não se lembra de ter feito um único personagem dramático na TV. E não se queixa disso. “A boa comédia oculta o drama e exerce um tipo de crítica que não cabe em outros gêneros”. De fato, o ator é sempre lembrado por suas performances em programas de humor como TV Pirata e A Comédia da Vida Privada, e por novelas cômicas como Um Sonho a Mais, de Daniel Más, e Brega & Chique, de Cassiano Gabus Mendes. “Fazer rir é algo que se reaprende a cada trabalho. Por isso, não me canso de comédias”.
Pergunta - A Grande Família chegou ao terceiro ano com 40 pontos de audiência. A que você credita este sucesso?
Marco Nanini - O seriado reúne uma equipe afinada de profissionais. Nosso objetivo sempre foi fazer um programa redondo, bem acabado. E isso foi caindo no gosto do povo. É um universo que transcende o subúrbio do Rio. É uma coisa de célula familiar mesmo, de gente que mora junto. Tenho a impressão de que o segredo está nessa identificação com o pé de realidade reproduzida na tela.
Pergunta - Você esperava que o seriado chegasse ao terceiro ano?
Nanini - Sinceramente não. Estreamos sem a menor pretensão.
Pergunta - Você acredita que o fato de A Grande Família fazer humor sem apelação contribuiu para o sucesso a longo prazo?
Nanini - Pode ser. Mas este era um objetivo nosso. Os personagens da primeira versão já eram profundos. O Vianinha tinha uma dramaturgia muito forte e o Cláudio Paiva – que assina esta versão – soube preservar e, ao mesmo tempo, atualizar a obra. Muitas vezes a gente sacrifica o humor mais fácil para que a credibilidade não seja afetada. O conflito tem de ser mais importante e para a história ser mais bem contada. Essa é uma preocupação que todos nós temos ao fazer A Grande Família.
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