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Família cobra respostas sobre a morte de Lucas

Adolescente foi encontrado morto após ter desaparecido na favela do Amor, Sto.André

Por Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
14/02/2020 | 00:01
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André Henriques/DGABC


Familiares, amigos e movimentos contra o genocídio realizaram, na manhã de ontem, por volta das 9h, no Paço Municipal de Santo André, ato para cobrar respostas pela morte de Lucas Eduardo Martins dos Santos, 14 anos, que desapareceu na madrugada de 12 de novembro do ano passado, após deixar a casa de uma tia, na favela do Amor, na região da Vila Luzita, na cidade. No dia 15, o corpo do adolescente foi encontrado na Represa Billings, no Parque do Pedroso.

Pelo menos 30 pessoas, munidas de cartazes, panfletos entoavam gritos de “Lucas presente agora e sempre”. Segundo os familiares do jovem, o caso ainda segue em segredo de Justiça e sem respostas concretas sobre o ocorrido. A família acredita que a PM (Polícia Militar) está envolvida no desaparecimento do menino. Isso porque dois agentes, integrantes do 41º Batalhão, são suspeitos de participar de abordagem ao jovem na madrugada do dia 12 e foram afastados das ruas. 

“No laudo do IML (Instituto Médico-Legal), a causa da morte saiu como afogamento, mas vimos fotos do Lucas e havia marcas de espancamento. Nos disseram que ele foi tomar banho na represa 1h e se afogou. Isso não existe”, questiona a tia da vítima, a dona de casa Izabel Daniela dos Santos, 35.

Articuladora da rede de proteção e resistência contra o genocídio, Marisa Feffermann observa que a morte de Lucas não pode cair no esquecimento “por acontecer com outras milhares de pessoas”, avalia. “Ninguém sabe de nada, ninguém fala nada e, por isso, a luta não pode parar”, declara.

Marisa também lembra a situação envolvendo a mãe de Lucas, Maria Marques Martins dos Santos, condenada por tráfico de drogas, e que foi presa no dia 19 de novembro de 2019 depois de comparecer ao setor de homicídios de Santo André para tentar reconhecer o corpo do filho. Ela segue detida na penitenciária feminina de Santana, na Zona Norte da Capital. “Um cenário complicado e que precisa de respostas”, finaliza.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) e o TJ (Tribunal de Justiça) alegaram que o caso segue em segredo de Justiça para preservar as investigações.




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