Setecidades Titulo
Caixão não cabe em jazigo, enterro vira quebra-quebra e atrasa 1h30
Por Fabio Leite
Especial para o Diário
01/11/2005 | 08:15
Compartilhar notícia


Não bastasse a dor da perda de um parente, os familiares do mauaense aposentado Natal Laecir Valentini, 65 anos, passaram por um martírio ao enterrá-lo no cemitério municipal Santa Lídia, em Mauá, na tarde de segunda-feira. O caixão, que carregava o corpo de 1,85m de altura e 90 kg, ficou entalado no túmulo. Para sepultá-lo, os coveiros tiveram de quebrar as paredes do jazigo depois de racharem o caixão, em operação realizada às vistas dos familiares que acompanhavam o enterro.

Valentini faleceu na noite de domingo no Hospital Estadual dos Servidores , em São Paulo, com complicações na vesícula. De acordo com os familiares, o enterro, marcado para as 16h30, atrasou uma hora e meia. Por conta da demora, parte dos parentes, que reside em Presidente Prudente, teve de deixar o sepultamento antes do fim. Eles afirmam que no momento do imbróglio nenhum funcionário do cemitério, além dos coveiros, foi encontrado. “Eu e meus irmãos saímos para procurar um funcionário e não tinha ninguém”, conta o gerente de qualidade Paulo César Valentini, 28 anos, um dos três filhos do falecido.

Pouco depois das 18h, parte dos familiares ainda se encontrava no cemitério, indignada com o ocorrido. “Resolvi enterrar meu pai aqui porque é do lado de casa e fica mais fácil para visitá-lo”, conta Paulo César, que mora no Parque das Américas, atrás do cemitério. Ele conta que já passou por situação semelhante há um ano, quando enterrou seu tio em cemitério em Pinheiros, São Paulo. “Essa foi a gota d‘água. Vou processar o cemitério por constrangimento”, afirma. Segundo o comerciante e amigo da família Valmir da Silva, “a viúva ficou do lado chorando, vendo o caixão do marido ser quebrado”.

A administração do cemitério alega que o caixão de Valentini estava fora dos padrões dos jazigos, cuja dimensão é de 2,10 m de comprimento, 75 cm de largura e 60 cm de altura. De acordo com a assessora da administração-geral, Adenilda Ventura, a empresa ABCéu, que fez o serviço funerário, não avisou que o caixão era mais comprido e estava fora do padrão”. “Eles deveriam ter falado que estava fora do padrão para que não houvesse esse desleixo”, afirma.

Contudo, a assessora também confirmou que cabe ao cemitério medir os caixões para saber se entram ou não nas urnas disponíveis, o que parece não ter sido feito. “Vou averiguar o que aconteceu com meus funcionários

A ABCéu, por sua vez, respondeu por meio do seu gerente-operacional, na noite de ontem, que a empresa só se pronunciará hoje em reunião entre a direção da empresa e os familiares. De acordo com informações de funcionários da empresa, o caixão encomendado por Paulo César media 2,10 m de comprimento por 60 cm de largura e que essas medidas teriam sido passadas ao cemitério e aos familiares. Ambos negam ter recebido a informação.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;