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Cônsul paraguaio diz que há empenho na busca por crianças
Por Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
04/11/2004 | 09:21
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A Polícia Nacional do Paraguai está "100% empenhada" na busca pelos irmãos Guillermo, 10 anos, e Arturo Rojas Boehler, 7. A garantia é do cônsul-geral no Rio de Janeiro, Juan Vicente Sotto Espigarribia, diplomata destacado pelo governo paraguaio para acompanhar o caso. "Posso te dizer com certeza absoluta que este novo comando está fazendo o impossível para encontrar os garotos", afirmou.

Os garotos estão desaparecidos no país vizinho há nove meses, quando foram seqüestrados pelo pai, Eri Daniel Rojas, na casa onde viviam, em São Bernardo. Mesmo com a evidente lentidão nos trabalhos, o diplomata nega as acusações de que a polícia de seu país esteja sendo negligente na operação. "O presidente Nicanor Duarte Frutos pediu intensificação na procura. E em reunião que tive pessoalmente com o novo comandante, Carlos Zelaya, ele me disse, categoricamente, que os meninos voltarão ao Brasil o mais rápido possível", disse Sotto.

Zelaya é advogado e homem de confiança do presidente Duarte Frutos. Assumiu o cargo de comandante da Polícia em meados de outubro, depois que Humberto Nuñez foi demitido, em virtude da onda de violência que se abateu sobre o país. Há suspeitas de que Nuñez e o ex vice-ministro do Interior, Eustaquio Colman Ramirez, escondiam o paradeiro de Rojas e ocultavam o esconderijo dos irmãos, em nome da amizade que tinham com Marildo e Lucio Rojas, policiais e tios dos irmãos.

O cônsul fez questão de frisar que confia no "novo comando". E não quis comentar a atuação da equipe recém demitida. "Pediria um pouco mais de paciência. Um crédito ao novo comando, porque acabaram de assumir e já mostraram empenho. Quando a causa é nobre, o mundo conspira a favor."

Nesta quinta-feira, a mãe dos meninos, a pastora metodista Genilma Boehler, enviará à ONU (Organização das Nações Unidas) documento em que acusa formalmente o governo paraguaio de negligência na procura de seus filhos. Ela é representada pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembléia do Rio Grande do Sul, que deu novo fôlego à pressão diplomática que deve ser feita pelo governo brasileiro.

O presidente do Paraguai chega nesta quinta ao Rio de Janeiro para uma reunião entre líderes de 19 países latinoamericanos, e Genilma vai aproveitar a oportunidade para reivindicar o retorno de Guillermo e Arturo. Acompanhada de militantes metodistas e grupos de defesa dos direitos humanos, a pastora fará vigília e jejum em frente ao Hotel Sofitel, em Copacabana, para exigir que os acordos firmados pelos países do Mercosul sejam cumpridos na prática.

Patinando - A Justiça paraguaia já determinou a busca e apreensão dos menores, em junho, mas até esta quarta as investigações não avançaram. De acordo com o relações públicas da Polícia, o comissário Santiago Velazco, três equipes especiais foram criadas para cuidar exclusivamente do caso. Os grupos priorizam no momento as áreas de fronteira com o Brasil e a Argentina. "Não está descartada a hipótese de que Rojas tenha fugido com os filhos para outro país vizinho ao Paraguai", avaliou.

Apesar de garantir o empenho da polícia, as investigações voltaram à estaca zero. Familiares de Rojas estão novamente sendo interrogados, e as cidades onde vivem, visitadas. O Ministério Público do Paraguai já cumpriu esta etapa dos trabalhos, na procura por indícios do paradeiro de Rojas e das crianças, há menos de um mês. Não obteve nenhuma informação relevante.




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