Samba S/A. Essa poderia ser a denominação da Corte do Carnaval 2005 de Diadema. Todos os componentes "batem cartão" há muito tempo nas avenidas da cidade. O rei Momo, responsável por manter a alegria, é Wagner Rodrigues, 54 anos, 40 deles como destaque da Camisa Verde e Branca, agremiação paulistana. Do alto de seus 1,90 m bem recheados com 179 kg, o comerciante Rodrigues, morador da capital que concorreu à Corte como representante da escola Fantasia e Realidade, é do tempo em que o impacto do rei Momo nos súditos da folia era proporcional aos muitos quilos adquiridos durante a vida. "Estar mais pesado atrapalha um pouco na hora de mostrar samba no pé. Aquele um minuto e meio na hora da competição parecem intermináveis", confessa.

Mas a resistência tem de valer na hora de entrar na avenida Ulisses Guimarães, passarela do samba de Diadema. Assim como as outras cortes do Grande ABC, Rodrigues e a rainha, Luciene Santos Patrocínio, 25, têm de desfilar em cada uma das dez entidades de samba que colocam os carros alegóricos na rua, no sábado e no domingo de Carnaval. Compõem a corte as princesas Adriana Aparecida Sampaio e Paula Silveira Silva, além da Miss Simpatia Maria de Lourdes. "A gente nunca pára de aprender no samba. Neste ano, aprendi uns passos com um professor que me deixam mais levinho, e na avenida fica tudo ótimo", diz o Momo.

A rainha Luciene, cabeleireira, também não decepciona quando o quesito é tempo de carreira. Desde pequena ela acompanha a mãe, puxadora de enredo de escola de samba, e a irmãs passistas nas avenidas de Diadema. A mais velha, Zenir Maria Patrocínio, a Tina, foi mulata da trupe do sambista Osvaldo Sargentelli (morto em 2002) e é hoje rainha eterna do Carnaval de Diadema. "Nasci em família que tem Carnaval na veia. Comecei pequena e participo da Corte desde 1998." Na avenida, promete muita energia. "Já começamos a nos preparar e ficamos elétricas desde muito tempo antes."