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Escritora Mariana Godoy lança obra de estreia hoje na região

Andreense foca em poemas em ‘O Afogamento de Virginia Woolf’

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
14/09/2019 | 07:00
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Divulgação


A vontade da poeta Mariana Godoy de escrever um livro surgiu a partir de suas inquietações e sensações internas. E a andreense se dedica a essa tarefa desde 2017. Fato é que após se debruçar nesses anos na empreitada, a andreense consegue, agora, mostrar o resultado de O Afogamento de Virginia Woolf (Editora Patuá, 92 páginas, R$ 38), com lançamento marcado para hoje, a partir das 19h, no A Praieira Bar (Rua Coronel Ortiz, 96), em Santo André. A entrada é gratuita.

Sobre as inquietações e sensações que a fizeram publicar seu primeiro livro, com 66 poemas, Mariana conta que as encontrou justamente nas obras da autora britânica Virginia Woolf (1882-1941), como, por exemplo, (no romance) As Ondas, livro onde vejo o elemento ‘água’ como personagem. Busco levar esse personagem para os meus poemas”, explica.

Ela diz ainda que foi por meio dessa autora que encontrou o tipo de escrita que almeja. “‘Selvagem como uma arma de caça’ e, ao mesmo tempo, ‘sublime como um canto de cotovia’. É como penso que todo livro de poemas deve ser”, enfatiza.

Trata-se de um livro sem patrocínio, que nasce, segundo a autora, por causa de uma seleção realizada pela editora, que tem proposta de publicar sem custos as autoras e autores.

O Afogamento de Virginia Woolf gira em torno de uma perda e da tentativa do entendimento desse acontecimento. Mariana explica que, consequentemente, está atrelado também à reconstrução de memórias. “Nesse sentido, o livro tem mais trabalho com a palavra, labor mesmo, do que inspiração”, diz.

Mariana conta que o universo poético entrou em sua vida por conta de ter uma mãe professora em sua casa, que estava sempre rodeada por livros didáticos. E foi nessas obras que conheceu os poemas – “gênero que sempre esteve atrelado à pedagogia” – e poetas como Manuel Bandeira, Manoel de Barros e Cecília Meireles. “O poema, enquanto ‘objeto’, acabou sendo um atrativo rápido e fácil, nos melhores sentidos possíveis dessas palavras, para mim. Mesmo, muitas vezes, partindo de um terreno abstrato”, explica a autora.

Questionada se espera que sua obra mude a vida de alguém, assim como as de Virginia mudaram a sua, Mariana diz: “Certa vez, o médico foniatra e teatrólogo Pedro Bloch pediu a uma garota para definir ‘cor-de-rosa’. A resposta veio altamente poética: ‘O cor-de-rosa é um vermelho. Mas muito devagar’. Se essa é uma resposta estranha, é justamente dela que um poema precisa. Não espero que o meu livro mude alguma coisa na vida do leitor, mas se causar essa estranheza, esse ‘vermelho devagar’, já me deixará bastante feliz”, encerra.




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