Cerca de 90 agentes do DVS (Departamento de Vigilância à Saúde) de Santo André fizeram ontem mutirão contra o mosquito da dengue no bairro Parque Novo Oratório. Parte deles também vistoriou as imediações do bairro Casa Branca, local onde foi registrado suposto caso de dengue autóctone (contraído na própria cidade). A ação neste bairro deve continuar amanhã.

Pratos de vaso com água, garrafas vazias, vasos sem furos no fundo foram alguns dos problemas constatados pelos agentes acompanhados pelo Diário. "O problema é que alertamos que está errado e as pessoas não tomam providência para mudar. Por isso, aumentam mais as chances de dengue no município", reclama a supervisora do Centro de Controle de Zoonoses Márcia Piovezan.

Mas nem todos deixam de acatar as instruções dos especialistas. O aposentado João Bosco Chaves, 64, mostrou ter seguido as recomendações da equipe que passou há um ano em sua casa. "A dengue é um problema que não podemos deixar aparecer. Ações como essa são importantes para evitar o mosquito", acredita.

A gerente do controle de zoonoses, Maria de Fátima Jollo, garante que a Prefeitura tentará, até o fim do ano, passar por todos os bairros do município. Os mutirões são realizados a cada 21 dias e o próximo previsto será no dia 17, no Parque Erasmo Assunção.

Focos - Só neste ano, segundo Maria de Fátima, houve 49 casos de dengue registrados no município. "Nestas situações fazemos o chamado bloqueio, em que investigamos as imediações de onde mora a vítima para constatar algum possível foco." Em quase todos os casos, a doença foi contraída fora do município.

E é por este processo que está passando o bairro Casa Branca, onde o casal Paulo de Jesus Fantanesse, 49, e Alzira Pereira do Rosário, 42, que contraíram a doença, moram. Segundo a gerente, na terça-feira, após bloqueio feito no bairro, a Prefeitura constatará se a dengue foi contraída no município ou não. As vítimas, no entanto, garantem que não viajaram e acreditam ter sido picadas pelo aedes aegypti onde moram.