Memória Titulo PARANAPIACABA
É possível recuperar o funicular

O cremalheira, inaugurado em 1974, ofuscou o sistema anterior, que ainda resistiu até 1996

Por Ademir Medici
24/04/2019 | 07:00
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O professor Jorge Pimentel Cintra, presidente do IHGSP (Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo), concorda que é possível a recuperação do sistema funicular da antiga Estrada de Ferro São Paulo Railway, entre Paranapiacaba e Piaçaguera.

Seguindo o exemplo do Turismo-História que ele propôs para o Caminho do Mar, entre São Bernardo e Cubatão, professor Jorge é de opinião que o sistema funicular, recuperado, completaria esta ação voltada à difusão da história via modelo turístico entre o planalto e o Litoral.

As ideias do professor Jorge, que podem ser vistas no DGABCTVwww.dgabc.com.br –, coincidem com o esforço de idealistas como o arquiteto Marcel Rodrigues Martins, cujo projeto foi apresentado pelo Diário em 8 de abril último, no suplemento de aniversário de Santo André.

O novo turismo

Da aula do professor Jorge Cintra

- A colocação de um trenzinho turístico no funicular de Paranapiacaba: só isso já valeria a pena.
- Em Curitiba se desce pela Serra da Graciosa (rumo ao Litoral paranaense). Só observar a serra e a mata é um lindo passeio. E se cobra R$ 35 pela passagem. Do estudante se cobra meia.
- Em Paranapiacaba, poderia ser por um trem de manhã e outro que voltasse. Uma volta no horário do almoço e outro no fim do dia, vencendo a serra. E essa serra tem muita coisa para contar, a começar pela vila ferroviária de Paranapiacaba.
-O sistema funicular exigiria um grande investimento inicial. Poderia se pensar e concretizar uma concessão por não sei quantos anos. Faz-se um leilão. Envolvem-se empresas internacionais.
- Você não tem o bondinho de Santa Teresa, não tem o Pão de Açúcar?

Diário – A página Memória já mostrou Bergamo, na Lombardia, e o sistema funicular local, num percurso de meros 240 metros, equipamento importante quando a Unesco tornou a cidade patrimônio da humanidade.
Um sistema, na Itália, semelhante ao de Monte Serrat, em Santos, numa subida também de apenas 240 metros.
E o antigo funicular de Paranapiacaba, vencendo 796,6 metros de altitude, com seus 11 quilômetros e 827 metros, é infinitamente maior, com uma paisagem única, deslumbrante. A economia do Grande ABC, e de São Paulo, passa por aí.

O QUE FAZER
(Notas da Memória)

Na entrevista concedida ao DGABCTV por ocasião do aniversário da cidade, em 8 de abril, o prefeito Paulo Serra (PSDB) considerou a obra de recuperação do sistema funicular importante. E sugeriu que a iniciativa privada seja envolvida.

Agora temos o apoio e o incentivo do professor Jorge Cintra, além do conhecimento do pesquisador Adalberto Dias Almeida e os estudos do arquiteto Marcel Rodrigues Martins. Por que não criar uma grande comissão para, ao menos, conhecer em pormenores o que pensam esses idealistas? Com a palavra as autoridades.

ALGUMAS TAREFAS
(Do projeto do arquiteto Marcel Martins)

- MRS Logística – Permitir o acesso à totalidade do roteiro
- Prefeitura de Santo André – restaurar a guarita do quinto patamar, fornecendo mão de obra
- Prefeitura de Cubatão – Construir local coberto e executar o paisagismo do acesso inicial da trilha
- Primar Turismo – Treinar o pessoal envolvido no passeio
- Imigrantes haitianos – executar o serviço de limpeza, poda e capinagem da trilha
- Sr. Edmilson – Zelar pelo espaço de concentração e reunião dos turistas no início da trilha

NOTA
- Sr. Edmilson vive neste cenário das fotos tiradas pelo arquiteto Marcel Martins. Ele conhece cada metro do sistema – desde o início de trilha em Cubatão até o patamar 5, em Paranapiacaba. Sr. Edmilson, um personagem real que precisaria ser ouvido. Ele tem muito a contar, a ensinar.

Memória na TV
-Entrevista da semana: professor Jorge Pimentel Cintra, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
No ar: www.dgabc.com.br

Aulas anteriores
1 – Quinta-feira, dia 18 – O Grande ABC redescoberto
2 – Sexta-feira, dia 19 – São Paulo ganha um instituto histórico
3 – Sábado, dia 20 – O tropeirismo e o Ciclo do Açúcar
4 – Domingo, dia 21 – De tantas em tantas léguas, os pousos
5 – Segunda-feira, dia 22 – A comunicação por espelhos do alto da Serra
6 – Terça-feira, dia 23 – Um sítio histórico no Caminho do Mar

AMANHÃ EM MEMÓRIA
-Olhos voltados para 2022
O exemplo de Mário de Andrade
A importância da memória oral




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