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População do Litoral reprova ônibus no lugar de transporte por trilhos

Assim como na região, possibilidade de troca de modal é alvo de críticas em São Vicente e Praia Grande

Por Aline Melo
do Diário do Grande ABC
12/04/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Não é só o Grande ABC que vive a frustração de ver um grande projeto de mobilidade urbana, a Linha 18-Bronze do Metrô, ameaçado de não sair do papel e/ou ser substituído po modal menos eficiente. Assim como o governo do Estado tem sinalizado que pode trocar o monotrilho da região por BRT (sigla em inglês para sistema de transporte rápido por ônibus), o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que liga Santos a São Vicente, no Litoral Sul, e que há anos tem o projeto de extensão até a Praia Grande sendo debatido, também pode não sair do papel como planejado e ser substuído pelo corredor de ônibus.

A população que usa o VLT entre Santos e São Vicente aprova sem ressalvas o serviço e não acredita que o padrão de qualidade possa ser mantido com o BRT. A faxineira Beatriz Aragon, 25 anos, mora na área continental de São Vicente, que seria atendida pela extensão do VLT (no traçado defendido pela prefeitura). “É um sistema muito rápido, levo a metade do tempo para chegar ao trabalho na comparação com o ônibus”, explicou.

Quem mora ou trabalha em Praia Grande vive a expectativa de ver a promessa sair do papel, como a auxiliar de escritório Jussara de Fátima Moreira, 36. “Trabalho em Santos, poderia vir até o terminal e pegar outro ônibus”, afirmou. Jussara não acredita que o BRT possa manter a mesma qualidade do VLT. “Não tem nem comparação a velocidade da viagem”, completou. A professora Roberta Gomes, 35, que mora em Santos e trabalha na Praia Grande, também se beneficiaria do sistema por trilhos. “Seria ideal”, afirmou.

A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) publicou recentemente edital para construção de BRT ligando São Vicente à Praia Grande, em um traçado que desagrada ao governo municipal. A administração pede que seja feita expansão do VLT de Santos, partindo da Estação Barreiros (última em São Vicente), passando pela Ponte dos Barreiros e pela Avenida Angelina Preti, até o terminal Rodoviário Tude Bastos, no bairro Sítio do Campo, em uma extensão de aproximadamente 3,8 quilômetros.

O governo municipal defende que o modelo de BRT só seja utilizado como transporte intermunicipal, do terminal em direção ao Litoral Sul. Segundo a prefeitura, a reivindicação de Praia Grande é que o sistema beneficie, assim, não somente a cidade, mas também o transporte coletivo de passageiros de Peruíbe, Itanhaém e Mongaguá. “Seria possível otimizar as linhas de ônibus que percorrem as quatro cidades, diminuindo o fluxo de veículos dentro de Praia Grande. A ação beneficiaria,inclusive, o acesso da população a serviços nas áreas da saúde, educação e fomentaria o desenvolvimento econômico no Litoral Sul”, explicou a prefeitura, em nota.

A EMTU não confirmou que haverá a troca de modal e apenas informou, também por meio de nota, que a Secretaria dos Transportes Metropolitanos está reavaliando todos os projetos da pasta e priorizando o andamento daqueles que se encontram em fase adiantada de execução. “Em conjunto com a EMTU-SP poderão ser analisadas, futuramente, novas soluções ou adequações que se integrem ao VLT a partir de São Vicente e sejam necessárias à melhoria do sistema de transporte metropolitano no Litoral Sul”, completou o comunicado.




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