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Novo julgador de Atila, Bodinho também guarda elo com prefeito

Substituto de Ivan, vereador recebeu doação do socialista e integra partido de Admir em Mauá

Júnior Carvalho
do dgabc.com.br
06/02/2019 | 07:00
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Denis Maciel


Novo integrante de uma das comissões do impeachment do prefeito preso de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), o vereador Bodinho Garcia (PRP) entrou para a lista de julgadores do processo de cassação do socialista que têm ou já tiveram ligação com o próprio acusado.

Bodinho foi sorteado na sessão de ontem, primeira após o recesso, para integrar uma das comissões do impeachment. Ele substituirá Ivan Stella (Avante), que renunciou ao posto por problemas de saúde.

Além de pertencer ao PRP, partido do pai de Atila, o também parlamentar Admir Jacomussi, Bodinho foi outro que, assim como os colegas Tchacabum (PRP), Samuel Enfermeiro (PSB) e Sinvaldo Carteiro (DC), recebeu doação eleitoral do hoje prefeito preso, no pleito de 2016. Naquela ocasião, a campanha de Atila depositou R$ 1.148,85 no projeto de Bodinho, exatamente o mesmo valor distribuído para Tchacabum e Samuel Enfermeiro.

Ao ser sorteado, Bodinho garantiu que vai trabalhar dentro da legalidade. “Tem que investigar (as denúncias), sim. E quem dever, que pague”, discursou o parlamentar.

Assim como na sessão em que dois processos de impeachment de Atila foram aceitos, no dia 16, o sorteio de ontem também foi envolto de incertezas. A princípio, o presidente da Casa, Vanderley Cavalcante da Silva, o Neycar (SD), pediu que fosse retirado o nome de Admir, por ser pai do prefeito preso. Responsável por conduzir o sorteio, Bodinho sugeriu mantê-lo, desde que Admir fosse substituído caso sorteado. O contemplado, então, foi Neycar, mas o mandatário da Casa declinou da vaga por ser presidente do Legislativo e outro processo teve de ser feito.

Nesta segunda tentativa, saiu o nome de Professor Betinho (DC), mas o parlamentar também pediu para não participar da comissão alegando que seu partido já está contemplado no grupo – o correligionário Sinvaldo preside o bloco. Somente na terceira tentativa é que a Casa bateu o martelo sobre o substituto de Ivan que, ao contrário de Bodinho, disputou a eleição em coligação adversária de Atila – deixou o PSB justamente após ingresso do hoje prefeito preso.

Com a escolha de Bodinho, o prazo para que Atila apresente sua defesa será recontado, já que a Justiça de Mauá suspendeu a tramitação desse pedido até que a substituição fosse superada. O socialista terá dez dias úteis, a contar de hoje. A peça, de autoria do PT mauaense, acusa Atila de quebra de decoro, com base nas denúncias da Polícia Federal de que recebia propina de fornecedoras do Paço. Ele nega.

Uma segunda denúncia tramita na Câmara e trata de possível vacância do cargo pelo fato de Atila permanecer afastado da cadeira por mais de duas semanas sem autorização legislativa. No caso dessa peça, porém, o calendário é diferente. Atila tem até amanhã para entregar seus argumentos à comissão do impeachment.  




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