Política Titulo Morte de Vavá
Velório de irmão de Lula é marcado por críticas à Justiça
Por Caroline Garcia
31/01/2019 | 06:05
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Lideranças petistas marcaram presença no velório e enterro de Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão mais velho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Cemitério da Pauliceia, em São Bernardo. A despedida serviu de palco para críticas à decisão tomada na madrugada de ontem pela juíza Carolina Lebbos, da Vara de Execução Penal do Paraná, que negou pedido de Lula para deixar temporariamente a carceragem da Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba a fim de participar da cerimônia.

Embora o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, tenha autorizado a saída na tarde de ontem, a decisão chegou quando o corpo de Vavá já estava sendo sepultado, por volta das 13h. Havia possibilidade de o petista encontrar a família em base militar na região, mas o próprio ex-presidente optou por permanecer em Curitiba.

“Não é a primeira vez que temos injustiça com o Lula. Um grande amigo (o advogado Sigmaringa Seixas) dele morreu e ele não foi autorizado a ir no velório e enterro. Inclusive, no despacho de negação, a alegação foi que não havia vínculo familiar. Que para ir a uma cerimônia do tipo teria de ser cônjuge, mãe, pai ou irmão. Agora morre um irmão de Lula, quem ele sempre teve como referência paterna e ele não pôde vir”, disse a senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, reforçando que Lula é tratado como preso político.”

Irmão de Lula, José Ferreira da Silva, o Frei Chico, disse que a liberação que ocorreu no caso de dona Lindu (mãe deles), em 1980, poderia ter se repetido. “Na época, quem tomou conta foram dois policiais e sindicalistas. Não teve nenhum problema. Ele faria isso de novo. Se conhecessem o caráter do Lula, saberiam que ele faria com toda a tranquilidade.”

Diversas lideranças petistas estiveram no sepultamento, entre elas o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho; o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad; o vereador de São Paulo Eduardo Suplicy; o ex-deputado federal José Genoino; o deputado estadual Teonilio Barba; o ex-prefeito de Diadema José de Filippi Júnior; e o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho. 

Indígena vem de Recife para S.Bernardo: ‘Tenho gratidão’

Com a sala de velório cheia, família, amigos e também militantes do PT foram se despedir de Vavá, que morreu vítima de câncer de pulmão, aos 79 anos. Apesar de não conhecer pessoalmente o irmão de Lula, a indígena Maria Florguerreira, da etnia pataxó, veio de Recife (Pernambuco) para prestar homenagem. “Vim pela gratidão que tenho a Lula e sua família. Comprei duas passagens para chegar até aqui. A primeira o voo atrasou, então fui em outra companhia. Cheguei 2h13, desembarquei no portão 13 e também peguei Uber que a placa tinha o número 13”, disse a militante, formada em sociologia na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). 

 O agente de trânsito Josuel Alexandre, 51, conhecia Vavá desde 1986, quando trabalharam juntos na Prefeitura de São Bernardo. “Ele foi meu chefe por 20 anos, mas não tinha dessa de não se misturar, ele almoçava com a gente de igual para igual. Era um ser humano e tanto.” CG




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