Setecidades Titulo Projetos inacabados
João Doria herda 175 obras paralisadas em todo o Estado

Canalização do Córrego Oratório, entre a Capital e Sto.André, integra lista deixada por França

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
04/01/2019 | 07:00
Compartilhar notícia
Governo do Estado de São Paulo


 A canalização de trecho de 7,5 quilômetros do Córrego Oratório, entre a Capital e Santo André, está entre as 175 obras paralisadas em todo o Estado que foram herdadas pelo governo João Doria (PSDB), sendo 17 na Região Metropolitana. A intervenção, sob responsabilidade do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), foi iniciada em 2012 com a promessa de reduzir enchentes na Bacia do Tamanduateí, no entanto, não teve continuidade durante a gestão Márcio França (PSB).

Conforme o secretário de Desenvolvimento Regional Marco Vinholi, será realizada força-tarefa com as áreas responsáveis pelas melhorias para que as 175 obras – que somam R$ 21,1 bilhões – sejam retomadas o quanto antes. “Herdamos um passivo importante, sendo essa canalização uma obra especial. Temos a responsabilidade de avançar e terminar”, observa. Conforme a listagem oficial, disponibilizada ao novo governador durante o processo de transição, 43,4% dos projetos parados correspondem a construções de creches (76 unidades). Há ainda melhorias importantes que foram deixadas de lado, como é o caso do Rodoanel Norte (R$ 9,8 bilhões), e construção de estações das linhas 6 - Laranja (R$ 5,5 bilhões) e 15 - Prata (R$ 5,2 bilhões) do Metro (veja tabela acima).

O projeto que contempla a região prevê canalização do Córrego Oratório entre a Avenida Adélia Chohfi, em São Mateus, e a Avenida dos Estados, em Santo André, e conta com investimento de R$ 80 milhões, sendo R$ 64 milhões financiados pela Caixa. O contrato entre o governo do Estado e o banco foi assinado em 2010 e o primeiro trecho do rio a receber os serviços – 400 metros – está localizado entre as ruas Augustin Liberti e Tenente Lauro Sodré, na Capital.

Na época do início das intervenções, em junho de 2012, o Daee não quis precisar ao Diário prazo para que elas fossem finalizadas, tendo em vista que o avanço dos trabalhos estava relacionado à realização de desapropriações ao longo do traçado – tema, inclusive, apontado como justificativa para o atraso no cronograma do projeto. No entanto, houve quem precisou ser removido de sua moradia, mas ainda aguarda pelo fim dos transtornos a cada chuva forte. Caso da pedagoga desempregada Vania Alves de Lima, 40 anos, moradora da Rua Aurora, Jardim Ana Maria, Santo André, nas proximidades do córrego. “Me tiraram de uma área onde alagava e da casa que tinha rachaduras e disseram que aqui seria provisório, mas isso já vai fazer 12 anos”, reclama.

Passados seis anos do começo das obras, ela ainda tem leve esperança de que o local onde vive com a família seja urbanizado. “Quero pagar água e luz, que regularizem nossa condição”, ressalta Vania.

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;