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Comerciante escapa de cativeiro em Mauá
Por Valéria Cabrera
Do Diário do Grande ABC
14/08/2004 | 00:40
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O comerciante J.F., 37 anos, fugiu de um cativeiro na madrugada desta sexta, em Mauá. Ele foi seqüestrado na manhã de quinta no estacionamento de sua empresa, que fica no Brás, na região central de São Paulo, por dois homens armados. Com as mãos e os pés amarrados e os olhos vendados, ele foi levado até uma casa no Parque Alvorada, a quatro quarteirões do 3º Distrito Policial da cidade, de propriedade da motorista G.R.M., 32. G. conhecia um dos seqüestradores, mas afirmou que não tinha conhecimento da ação. Um resgate no valor de R$ 90 mil chegou a ser pedido.

Segundo depoimento do comerciante à polícia, um homem se passou por cliente e o chamou até o estacionamento de sua empresa para ver uns equipamentos — F. tem uma loja que comercializa máquina para serviços diversos. No estacionamento, ele foi abordado por dois homens armados que o obrigaram a entrar em seu carro e dirigir até outro estacionamento nas proximidades.

Nesse local, outros dois homens e uma mulher os aguardavam. Ele foi amarrado, vendado e transferido para outro veículo, um Palio azul marinho, que seguiu para o cativeiro com um homem e uma mulher, chamada de Paraibinha, que seria a vigia do cativeiro.

Na casa, ele permaneceu por cerca de 14 horas, até conseguir fugir. Durante a maior parte do dia, ficou em companhia de Paraibinha e da dona da casa. O seqüestrador que dirigiu o carro não ficou no cativeiro. Em seu depoimento, o comerciante afirmou que as mulheres presentes na casa diziam constantemente que não concordavam com o seqüestro.

De acordo com informações da polícia, F. conseguiu fugir por volta da 1h desta sexta com a ajuda de Paraibinha, quando estavam somente os dois na casa. Ele pediu ajuda a dois policiais militares que o levaram até o 1º Distrito Policial, no Centro da cidade. O comerciante conseguiu indicar o endereço do cativeiro, mas quando a polícia chegou no local não havia ninguém.

A dona da casa, a motorista G.R.M., tinha saído na noite anterior para ir buscar o marido em Bonsucesso, um bairro do município de Guarulhos, onde ele trabalha e passa toda a semana. “Fiquei desesperada. Não sabia o que fazer. Pensei em avisar a polícia, mas tinha medo que o seqüestrador e outros homens estivessem por perto. Fui buscar meu marido para resolver a situação, pois não concordava com o que estava acontecendo na minha casa”, disse.

Quando G. chegou em casa com o marido, por volta das 8h desta sexta, já não havia ninguém no local. Ela se dirigiu então até o 3º DP para contar a história. A motorista contou que conhecia o seqüestrador. Era amiga de sua mulher. E que tinha deixado ele guardar o carro no quintal de sua casa por um período. “Nesse dia, ele chegou com o carro e com um homem seqüestrado. Apesar de não estar armado, ele foi violento e me ameaçou. Por isso concordei que o homem ficasse em minha casa. Tenho três filhos para criar”, justificou.

G. também informou o nome do acusado de seqüestro: José Vidal, que tinha trabalhado como vigia em uma empresa de valores. Segundo o investigador-chefe do 3º DP de Mauá, Sérgio Alves, foram identificadas as fichas de 400 pessoas com esse nome. “Fomos verificando todas e reduzimos a relação até chegar ao seqüestrador”, contou.

O acusado está em liberdade condicional, depois de cumprir oito anos de prisão por causa de um roubo a banco em um shopping de São Bernardo. Ele ainda é acusado de participar de outro roubo a banco e de um assalto a um motel na região. Vidal deixou a cadeia há quatro meses e até esta sexta à noite estava foragido. G. foi liberada em seguida.




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