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EUA enviam amostras de vírus mortais por engano
Da AFP
13/04/2005 | 13:43
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A OMS (Organização Mundial da Saúde) pediu nesta quarta-feira a 3,7 mil laboratórios de 18 países do mundo, inclusive dois do Brasil, que destruam as amostras potencialmente fatais do vírus da gripe asiática, que foram enviadas por engano dos Estados Unidos, em 2004. Esse vírus pode ter sido responsável pela morte de quatro milhões de pessoas entre 1957 e 1958.

Cientistas e autoridades se declararam preocupados com a possibilidade de um acidente desencadear um novo foco epidêmico mundial. "Há um pequeno, mas real risco de ocorrer uma pandemia", disse Maria Cheng, porta-voz da OMS. "Os riscos de pandemia são escassos, mas se surgir um foco, teria enormes conseqüências para o sistema de saúde público", acrescentou Cheng.

O vírus, que é transmitido de pessoa para pessoa, é conhecido como 'H2N2' e matou de uma a quatro milhões de pessoas no mundo durante a epidemia de gripe asiática de 1957-1958, antes de desaparecer em 1968. A OMS advertiu em um comunicado que as pessoas nascidas depois de 1968 não seriam imunes ao vírus 'H2N2' ou teriam apenas uma imunidade limitada, já que esta não está presente nas atuais vacinas de gripe.

As mostras de 'H2N2' foram distribuídas aos laboratórios, sobretudo nos Estados Unidos, em outubro de 2004 pelo CAP ('College of American Pathologists'), mas o incidente só foi detectado no mês passado por um laboratório canadense. "Como medida preventiva, a OMS recomenda que todas as mostras enviadas pelo CAP, assim como aquelas que contenham o 'H2N2' e seus derivados, sejam destruídas imediatamente", informou a organização.

O governo americano pediu ao CAP no dia 8 de abril que ordenasse a destruição aos 3.747 laboratórios que receberam as mostras com o vírus. Cheng explicou que 90% dos laboratórios envolvidos estão na América do Norte e que nem todos foram identificados ainda. Já nos outros 61 laboratórios distribuídos em 16 países da Ásia, Europa, Oriente Médio e América do Sul, a situação foi contornada.




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