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‘Esquisitões’ brigam pelo primeiro Oscar de animação
Por Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
03/11/2001 | 17:01
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A corrida pelo primeiro Oscar para animação da história do cinema está enlouquecendo os executivos da Disney. O estúdio, dono dessa fatia do mercado desde o lançamento de Branca de Neve e os Sete Anões, em 1937, pode ficar sem a estatueta. A pedra no sapato atende pelo nome de Shrek, da Dreamworks que, além de arrecadar US$ 266 milhões só nos Estados Unidos, caiu nas graças da crítica.

A última carta que a Disney tira da manga este ano é Monstros S.A., animação que tem estréia prometida para 14 de dezembro no Brasil. É uma parceria entre o estúdio, criador de personagens célebres como o Mickey, e a Pixar, responsável pelos rentáveis Toy Story 1 e 2. Resultado: um longa que custou US$ 100 milhões, dubladores de peso como Billy Crystal, John Goodman, James Coburn e Bonnie Hunt e personagens prontos para invadir as prateleiras das lojas de brinquedos – e vender zilhões em produtos licenciados.

Os detalhes de produção de Monstros S.A. são impressionantes. Para o filme, a Pixar criou cerca de 50 criaturas diferentes e 22 locações totalmente desenhadas por computação gráfica, incluindo a cidade de Monstrópolis. Na cena mais complexa, 5 milhões (!) de portas movem-se simultaneamente. Nada menos que 80 horas foram gastas para criar cada quadro desta seqüência.

Dois dos personagens tiveram um cuidado especial da equipe: o grandalhão James P. Sullivan (Goodman), que precisou de 2 milhões de pêlos para compor seu corpo; e a garotinha Boo (Mary Gibbs), cuja camada de textura do rosto simula o calor da pele, que fica ruborizada quando a menina está agitada. Outro detalhe interessante, ainda sobre Boo, é que sua roupa é comandada separadamente de seu corpo, deixando seus movimentos mais reais.

A turma de monstros do armário é completada pelo esquisitão Mike Wazowski (Crystal), que enxerga além de seu tempo. Sua maior preocupação é mandar Boo para casa, já que no desenho os monstros é que têm medo das crianças. Outro destaque é Randall Boggs (Steve Buscemi), dono da capacidade camaleônica de se transformar e um dos vilões da trama.

Monstros S.A. já chega com uma tarefa ingrata: vencer Shrek nas bilheterias – a animação da Dreamworks, ainda em cartaz nos Estados Unidos, aparece como a segunda mais vista da história, atrás apenas de Rei Leão. No Oscar, o problema não é tão grave. Conta-se aí com o lobby da Disney, que promete apostar tudo para conseguir a estatueta inédita.




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