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Região receberia madeira roubada
Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
10/07/2008 | 07:01
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A Polícia Civil do Paraná deflagrou ontem uma operação para impedir a venda de madeira roubada na cidade de Sengés, no Nordeste daquele Estado. Foram cumpridos 14 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão, incluindo um endereço em Santo André e outro em São Bernardo.

Os locais do Grande ABC estão ligados ao comerciante Salatiel Manoel de Oliveira, 48 anos. Ele é acusado, junto com seu irmão Sebastião Manuel de Oliveira, 52, de contratar pessoas e maquinários para processar a madeira roubada e vender os produtos pelo Estado de São Paulo. Ambos estão com mandados de prisão temporária expedidos pela juíza da comarca de Sengés (PR), Anne Regina Mendes, mas estão foragidos.

O Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) da Polícia Civil paranaense esteve nos endereços de Salatiel na manhã de ontem. Ele seria morador do bairro Jardim, em Santo André, e trabalharia na Rua Lago da Mangueira, no Jardim do Lago, em São Bernardo. Os locais foram vistoriados, mas os acusados não foram encontrados. Sebastião moraria em Carapicuíba.

ESQUEMA
A Polícia Civil do Paraná informou que uma fazenda de propriedade da empresa Arauco Forest Brasil S.A. vinha sendo vítima de constantes invasões de madeireiros em busca de árvores de pinus. Os invasores expulsavam os trabalhadores locais, traziam maquinário próprio e realizavam os cortes. O grupo chegou a ser expulso pela polícia por duas vezes, mas retornaram.

Os responsáveis pelo roubo estariam ligados à empresa Tudo Verde Agropecuária Ltda., de São Paulo. A madeira roubada no Paraná seria enviada de forma ilegal para Itapeva, no interior de São Paulo. Processada, a madeira era repassada para diversos endereços do Estado - incluindo o Grande ABC -, e revendida como se fosse um produto regular vindo de áreas de reflorestamento.

Desde outubro do ano passado, 4.000 metros cúbicos de madeira foram roubados da fazenda de Sengés (PR) - o equivalente a quatro campos de futebol.

O delegado-chefe do Cope, Miguel Stadler, afirmou que há indícios de que a Tudo Verde cometesse o mesmo tipo de crime na cidade paranaense de Doutor Ulysses e em áreas próximas a Itapeva.

Além do Grande ABC, as cidades de São Paulo, Itapeva, Itararé, Bom Sucesso do Itararé e Taquarituba, foram alvo de buscas. A Polícia Civil do Paraná informou que a operação teve apoio do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) da polícia de São Paulo, mas a Secretaria de Segurança Pública não confirmou a informação.




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