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USCS investe em plataforma digital

Equipamento que possui 5.000 estruturas do corpo humano será utilizado no curso de Medicina

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
19/02/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Com o intuito de modernizar seus laboratórios de aulas práticas, a USCS (Universidade Municipal de São Caetano apresentou nesta semana sua última aquisição. Trata-se de equipamento para visualização da estrutura do corpo humano a ser utilizada no curso de Medicina. A plataforma multidisciplinar 3D possui mais de 5.000 estruturas anatômicas e se adapta ao método de ensino da instituição.

Conforme o pró-reitor de graduação, Marcos Antonio Biffi, a tecnologia visa diminuir o número de aulas práticas realizadas com cadáveres. Ao todo foram investidos R$ 700 mil na aquisição das máquinas e do conjunto de microscópio para histologia que serão utilizados por alunos nos campus São Paulo Centro (São Caetano).

“A gente resolveu apostar na tecnologia, porque hoje é difícil trabalhar com cadáveres. Temos dois, que estão com mais de 15 anos, e devido aos trabalhos estão muito dissecados. Eles vão continuar a ser utilizados, mas em termos de trabalhos, mais específicos, a gente entendeu que a plataforma tecnológica vem substituir isso”, contou.

Além disso, o pró-reitor citou a burocracia para adquirir um corpo humano. Para se ter noção, a universidade está há dois anos na fila de espera para conseguir a liberação de mais um cadáver. “Pode chegar até três anos e depois da liberação pelo município é necessário pagar o transporte adequado, a parte documental, entre outras coisas.”

Com a aquisição a USCS torna-se a primeira instituição do Grande ABC a possuir a plataforma e a figurar na lista das 20 entre as 250 escolas de Medicina do País com a tecnologia. Conforme o pró-reitor, a plataforma também ajuda na adequação da instituição a resolução 3/2014 do MEC (Ministério da Educação), que instituiu mudanças para a grade dos cursos de Medicina, como a utilização de metodologias ativas e demais mudanças. O prazo para a implantação é 2018.

“Além de ajudar a mudar o perfil dessa metodologia de medicina mais tradicional, onde o professor ensina e o aluno não participa, a ferramenta é feita para o estudante atual, que é o jovem mais ligado em tecnologia”, afirmou.

Através de uma tela touchscreen com 45 polegadas, o professor consegue explicar a função de músculos, isolar órgãos, demonstrar funcionamento de sistemas, entre outros. As células e bactérias que são ampliadas na lente do microscópio, podem ser vistas em tamanho ainda maior. Além de funcionar como lousa digital, a plataforma se adapta para o formato de mesa.

O desenvolvimento é da empresa brasileira Csanmek Tecnologia e de acordo com o diretor executivo e criador do projeto, Carlos Soares de Santana, além de ser mais cara do que o modelo nacional, ela não pode ser personalizada. “Há 15 anos fizemos uma parceria com a Epeople e a sacada é que esse modelo poderia ser desenvolvido aqui. O nosso foco é explorar o mercado da Educação e trabalhar com essas instituições explorando novas ferramentas.”

Outra vantagem é que o aparelho é capaz de ler exames como tomografias e raios X em 3D, possibilitando que os alunos tenham contato com pacientes. “O aluno vai poder ter contato com o que ele vai encontrar fora daqui. Dizer se o caso é ou não de fazer uma cirurgia, por exemplo. Ele vai ter contato com o que vai encontrar no mundo”, afirmou.

A professora de morfologia e anatomia do curso de medicina, Maria José Tucurunduva aprovou a medida. “A função da plataforma é justamente ser um simulador do paciente. Muitas coisas seriam impossíveis de demonstrar em um corpo humano e aqui podemos simular esse recurso de maneira integrada ao aluno.”




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