Pressionado pela opinião pública, o governo decidiu agir e deve reduzir o número de vôos no aeroporto de Congonhas dos atuais 44 por hora para, no máximo, 38 por hora. Outros vôos seriam transferidos para Cumbica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas.

A proposta faz parte de um pacote de soluções para a crise aérea que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresenta nesta sexta-feira, em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV. Antes, Lula discutirá na reunião do Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac).

Se o Planalto conseguir arrancar essa decisão da reunião do Conac, será uma derrota para a Anac, que nunca conseguiu impor essas medidas às companhias aéreas.

Nesta quinta-feira, durante reunião da coordenação política, o presidente chegou a tratar em detalhes do que deveria ser feito em Congonhas. Uma das propostas é tirar de lá aviões de pequeno porte, além dos aviões das grandes companhias que fazem a ligação com outros estados. Medida semelhante foi tomada em Belo Horizonte, onde vôos foram transferidos da Pampulha, no Centro, para Confins, a 42 km da capital.

O presidente também quebrou o silêncio e divulgou uma nota sobre o acidente. “Quero manifestar minha solidariedade aos parentes das vítimas e assegurar à sociedade brasileira que todas as investigações necessárias serão feitas a fim de esclarecer as causas dessa terrível tragédia”, disse.

Serra - A proposta de reduzir o fluxo no aeroporto também foi defendida nesta quinta-feira pelo governador José Serra. Para ele, os vôos também devem ser redistribuídos ao longo do dia para evitar os “horários de pico.” Ele só não concorda em usar aqui o modelo de Belo Horizonte.

“Não se pode comparar com Minas, que transferiu os vôos de Pampulha para Confins por motivos econômicos também. No caso de Congonhas só pode ser resolvido com investimento e não só realocação.”