Eleições 2016 Titulo Entrevista
‘Temos que fazer choque de gestão na cidade’

Eleito prefeito de Ribeirão Pires com 30,31%
dos votos válidos, Kiko fala sobre seu governo

Raphael Rocha
Vitória Rocha
Especial para o Diário
04/10/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Eleito prefeito de Ribeirão Pires com 30,31% dos votos válidos, Adler Kiko Teixeira (PSB) promete que, nos primeiros dias de administração, implementará choque de gestão. “Precisamos identificar os gargalos”, diz o socialista, em entrevista exclusiva ao Diário após a vitória no domingo. Ex-chefe do Executivo de Rio Grande da Serra, Kiko não escondeu mágoas com o ainda prefeito Saulo Benevides (PMDB) e o ex-vice Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS). “Passaram do limite.”

Um dia após a vitória, qual sentimento de ter sido eleito na segunda cidade do Grande ABC?
Muita alegria. Campanha que não deixava de ser desafio na minha vida pública, implicava em série de mudanças. Tentava construir história política em outra cidade, embora vizinha. Graças a Deus superamos esse desafio e vencemos a eleição.

A campanha em Ribeirão mostrou acirramento de três candidaturas, da do senhor, de Dedé (PPS) e do Luiz Carlos Grecco (PRB). O senhor acha que isso vai se refletir no seu governo de alguma maneira?
Sentia clima muito positivo na cidade. De um momento no fim da campanha começamos a sofrer muitos ataques. Acredito que esse clima que nós sentíamos juntamente com distanciamento dos nossos adversários (nas pesquisas de intenções de voto) fizeram com que eles rompessem todas as regras de boa conduta e partissem para ataques baixos, a ponto de divulgarem pesquisas que não tiveram registros na Justiça Eleitoral. Houve diversas buscas e apreensões nos nossos adversários, vídeos com ataques mentirosos e covardes. Tudo isso creio que algum prejuízo trouxe à nossa campanha, mas não foi suficiente para eles vencerem a eleição. No fim a gente competiu com duas candidaturas que fizeram uma. Saulo (Benevides, atual prefeito pelo PMDB) jogou a toalha e fez seu grupo apoiar o Dedé, embora ele tenha tentado negar o apoio. O Saulo sumiu, encolheu. Impossível uma administração com candidatura tenha encolhimento tão rápido.

Mas há alguma estratégia de unir as forças políticas da cidade e a população de Ribeirão após um pleito tão acirrado?
Sinto que, tirando a candidatura do Saulo, que era a do Dedé, as outras candidaturas foram respeitosas e éticas. Essas pessoas que participaram desses grupos políticos têm nosso respeito e admiração. Podem convergir com nosso mandato e projetos políticos futuros. Com exceção dessas duas, que partiram para rumo que não é tolerável. Passaram do limite.

Qual será o ponto de partida de sua administração?
Temos que fazer choque de gestão. Ribeirão Pires, ao longo dos anos, foi equilibrada e hoje tem dificuldade em pagar suas contas. Precisamos saber onde estão os gargalos, por onde saem os recursos públicos. Hoje vivemos administração deficitária. Diagnosticado isso, vamos centrar nossos esforços num primeiro momento todo na área de Saúde. Fazer a Saúde de Ribeirão Pires funcionar. É muito triste ver as pessoas da cidade reclamando da falta de atendimento médico, da demora de fazer exame, de ausência de remédios básicos. Vamos focar todos nossos esforços para melhorar isso, porque a partir do dia 1º de janeiro de 2017 a responsabilidade por todo atendimento médico será nosso. Concomitantemente a isso é colocar alternativas para o desenvolvimento econômico de Ribeirão Pires, para a cidade desenvolver por completo. Ribeirão é cidade boa, bonita, com povo bom e que infelizmente é mal administrada. Há gestão sem foco ou metas. Vamos mudar isso. Assumimos compromissos com pessoas responsáveis pelo desenvolvimento da cidade, nos comércios e empresas. Precisamos fazer com que Ribeirão possa movimentar sua economia dentro da cidade e trazer pessoas de fora. Acreditamos na gastronomia, está no nosso plano de governo fazer da cidade um centro gastronômico no Grande ABC. Vai gerar emprego e renda para a cidade poder desenvolver seu turismo.

O senhor definiu algum secretário. Seu vice, Gabriel Roncon (PTB), terá papel apenas decorativo?
A nossa história tem certo tempo, até mesmo porque quando o Gabriel foi candidato a vereador (em 2012) ele foi ao meu gabinete (ainda era prefeito de Rio Grande da Serra) para se aconselhar e pedir sugestões. Vi um menino determinado e com potencial. Ele tinha sido uma das pessoas que ajudaram na campanha de Orlando Morando (PSDB) em Ribeirão Pires em 2010 (quando o tucano foi eleito deputado estadual). Percebi um verdadeiro aliado. Quando ele foi eleito, ele poderia ter abandonado essa história. Mas ele me procurou, me ajudou para deputado federal (em 2014), juntamente com o Orlando Morando a estadual. Ele assumiu monte de riscos, porque à época estava no PR e sofreu represálias em seu mandato. Mas não se acovardou com isso. Por isso fizemos essa parceria de ele ser o vice. Ele sempre me incentivou neste projeto de ser prefeito de Ribeirão Pires. Por tudo isso ele se consagrou com espaço no nosso governo. Haverá espaço atuante, tem capacidade para isso, futuro brilhante. Acredito muito neste trabalho, ele estará lado a lado conosco para ajudar na administração. Não é só a simpatia do Gabriel e esse apego junto aos jovens. Está preparado para ajudar numa função mais ativa no governo. 




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