Cesar Cielo está liberado para participar do Mundial de Esportes Aquáticos de Xangai. Ontem, a Corte Arbitral do Esporte manteve advertência imposta pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos para o caso de doping. A advertência também vale para Nicholas Santos e Henrique Barbosa, que assim como Cielo deram positivo para a substância proibida furosemida em teste realizado em maio. A punição para Vinicius Waked foi diferente. O nadador, que foi suspenso anteriormente por dois meses em outro caso de doping e recebeu pena de um ano da CAS.

Com o anúncio, Cielo pode se concentrar na disputa do Mundial. O brasileiro defenderá os seus títulos dos 50 e 100 metros livre, além de participar da prova dos 50 metros borboleta e integrar a equipe brasileira dos revezamentos. Em 2012, Cielo poderá defender em Londres seu título olímpico nos 50 metros livre (também é medalhista de bronze nos 100 metros livre).

Enquanto os quatro nadadores estiveram na audiência em Xangai, algumas testemunhas participaram por meio de videoconferência. E os três juízes designados pelo CAS para o caso chegaram rapidamente ao veredicto.

Em silêncio desde a revelação do resultado positivo em exame antidoping, quando leu comunicado oficial, o Cielo segue sem conceder entrevistas, mas divulgou declaração em seu site após a decisão do CAS. O brasileiro mostrou estar satisfeito com o veredicto e declarou que para ele o polêmico caso está no passado.

"A verdade prevaleceu e estou virando esta página da minha vida", afirmou o campeão olímpico e mundial. O veredicto da corte também foi comemorado por Coaracy Nunes Filho, presidente da CBDA. "Estou muito contente, mais ainda porque foi respaldada a decisão do painel da CBDA. Isso nos deu uma grande satisfação porque nos deu a certeza de que agimos com absoluta correção na primeira instância. Nós já sabíamos que os atletas eram absolutamente inocentes e por isso foi dada uma advertência, mas estão liberados e esperamos que o Cielo possa ganhar medalhas neste campeonato mundial", declarou.

Fina esperava pena maior e lamenta a decisão do CAS

A Federação Internacional de Natação não ficou satisfeita com a decisão da Corte Arbitral do Esporte de liberar Cesar Cielo para competir no Mundial de Esportes Aquáticos ao manter, ontem, a advertência dada pela CBDA.

"Eu respeito a decisão do CAS, eles são o último recurso legal nos esportes", disse Cornel Marculescu, diretor executivo da Fina. "Eu não estou satisfeito, mas acho que nós fizemos o nosso trabalho", completou o dirigente da federação, que pedia suspensão de três meses para Cielo, Nicholas Santos e Henrique Barbosa, enquanto defendia gancho de um ano para Vinicius Waked.

O veterano velocista sul-africano Roland Schoeman, que ganhou três medalhas de ouro nos Mundiais de 2005 e 2007, não ficou satisfeito com a decisão. "A Fina e a CAS fizeram um grande desserviço para o mundo da natação e definiram um precedente perigoso", escreveu no seu perfil no Twitter.