Cultura & Lazer Titulo
A história do design
Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
18/07/2010 | 07:06
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A evolução do design dos móveis brasileiros exposta em um só lugar. Este é o presente que os visitantes terão se prestigiarem a mostra Design Brasil - 101 anos de história no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. A exposição, também transformada em livro homônimo (Editora Abril, 336 páginas, R$ 99,90), ficará no local até o dia 8.

O curador e arquiteto Pedro Ariel explica que a data de 101 anos se dá porque considerou-se como marco histórico a fundação da marcenaria de Celso Martinez Carrera em 1909, espanhol radicado em São Paulo e que criou o primeiro produto feito em série no Brasil: a cama patente. "É considerado o primeiro móvel moderno, feito em série, usa madeiras torneadas e isso só existia na Europa", explica o arquiteto.

Locada em três salas, a exposição é dividida por épocas: antes dos anos 1940, anos 1950 e 1960 e após os anos 1980. Ariel diz que a ideia foi constituída após diversas edições comemorativas feitas pela revista Casa Claudia, da Editora Abril, e do material selecionaram as 48 peças que mais representam as mudanças ao longo dos anos, que estão na mostra. O livro, por sua vez, traz o perfil de 83 profissionais e informações detalhadas de 500 móveis criados durante um século.

EVOLUÇÃO - Antes de Celso Martinez, que abriu sua própria oficina em Araraquara, as peças brasileiras eram entalhadas e elaboradas com madeiras maciças, o que as tornavam pesadas. Era o chamado estilo colonial e nada era produzido em série. Sendo assim, a primeira parte da exposição tem o embrião do design.

É só a partir de 1950 que os móveis começam a ganhar outra cara, até mesmo pela construção de Brasília, que deu uma guinada no sistema mobiliário do País, e surgem as lojas e marcenarias. Por isso, é considerada a época de ouro do design. Um dos exemplos é a poltrona Mole, de Sergio Rodrigues, o primeiro brasileiro a ter um móvel premiado no Exterior, em Milão.

Só nos anos 1980, no entanto, é que a preocupação com a natureza começou a surgir. Móveis, objetos e luminárias só usavam madeira certificada ou de reflorestamento - como a de Hugo França -, para que a matéria-prima não ficasse escassa. "A última sala é muito mais colorida, não tem só madeira. Com o passar das décadas fica bem nítido as mudanças de desenho e de material utilizado", ressalta Ariel.

A exposição fica na Avenida Faria Lima, 2705, no Jardim Paulistano. Os ingressos custam R$ 4 - R$ 2 para estudantes - e aos domingos e feriados a entrada é gratuita.




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