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Perfil indica investimento ideal para o 13º salário
Por Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
12/12/2004 | 12:47
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As operações financeiras podem ser uma boa opção para quem ficar com parte do dinheiro do 13º salário no bolso mesmo após pagar dívidas e despesas de final de ano. A modalidade de aplicação depende do grau de ousadia do investidor, do prazo disponível para o resgate e, finalmente, do montante. É bom lembrar que segurança e rentabilidade nem sempre andam juntas.

Para os mais conservadores, a poupança ainda é a melhor alternativa. Apesar dos rendimentos nem sempre acompanharem a inflação, o único imposto a ser pago é a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e o dinheiro pode ser resgatado a qualquer momento.

CDBs (Certificado de Depósito Bancário) e RDBs (Recibo de Depósito Bancário) são para investidores que não querem se arriscar. As taxas de rendimento são negociáveis e dependem do montante e prazo da aplicação. A única diferença é que o RDB não pode ser transferido. “São boas aplicações para quem tem mais de R$ 5 mil para investir”, diz Márcia Quintanilla, gerente de Mercado do Escritório de Negócios ABC da Caixa Econômica Federal.

O investidor não pode resgatar a aplicação em CDBs e RDBs antes do prazo estabelecido. Além da CPMF, são descontados IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) e IOF (Imposto sobre Operação Financeira). Os especialistas alertam para a necessidade de verificar a solidez da instituição financeira, pois são aplicações lastreadas nos recursos dos próprios bancos.

Os fundos de investimentos podem ser de renda fixa, que incluem os fundos DI (juros interbancários), ou variável. Os de renda fixa são menos arriscados, pois têm carteira formada por títulos públicos. “Por pior que seja a performance do fundo, a pessoa raramente vai perder mais do que investiu. São os fundos mais conservadores”, diz Paulo Antônio, professor de Economia do Imes (Universidade Municipal de São Caetano) e da Fundação Santo André.

Os fundos de investimento de renda variável são baseados em ações de empresas privadas. “Quem quer investir em ações, mas não conhece bem o mercado, pode optar por um fundo desse tipo”, diz Antônio. Há também os fundos de renda mista, um meio termo entre os dois. O mais importante é conhecer qual a carteira do fundo escolhido e quais as regras que o regem.

Independentemente do perfil do investimento– conservador ou ousado – é preciso ter alguns cuidados antes de tomar uma decisão. As taxas de serviço variam conforme a instituição. É conveniente pesquisar as mais vantajosas. Alguns bancos também cobram taxas de sucesso ou performance no caso de a aplicação ter rendimento expressivo.

Diversificar – Os especialistas são unânimes em afirmar que a diversificação é a melhor forma de investir. Quem possui mais de R$ 10 mil pode optar por várias formas de aplicação. “Não é bom colocar todos os ovos na mesma cesta para que não quebrem todos de uma vez. Quase todos os clientes mantém uma parte do dinheiro na poupança, por exemplo”, lembra Márcia.

O dólar não figura entre as aplicações mais interessantes, mesmo em baixa (R$ 2,775, na sexta-feira). “Não recomendo nenhum tipo de investimento cambial, seja dólar ou euro ou fundos cambiais. É um tipo de aplicação para especialistas, que requer muito cuidado. É fácil perder dinheiro por causa da especulação”, alerta Agnaldo Santos Pereira, da FGV–Strong.

O economista também descarta a compra direta de ações para o investidor comum. “As pessoas acabam comprando as ações em alta e vendendo em baixa, quando o correto é o contrário.” Segundo Pereira, para quem se sente atraído pelo mercado financeiro, o melhor é optar pelos fundos de renda variável.

Um investimento pouco lembrado são os planos de previdência privada, que em 31 de dezembro têm a vantagem do abatimento no IR (Imposto de Renda) em até 12% da renda bruta.



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