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Fascínio por Fidel Castro está em declínio
Por Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
03/05/2003 | 18:13
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O fascínio por Fidel Castro está em declínio. O ditador cubano ainda é uma personalidade forte na política do século XXI, como foi no século XX. Mas já sem o brilho de ícone da rebeldia sessentista, de artistas e de intelectuais, que fez da Revolução Cubana de 1961 símbolo de esperança na capacidade popular de ascensão e de resistência diante dos Estados Unidos, potência que já impõe quatro décadas de embargo econômico à ilha.

O comandante já não seduz. Depois de Cuba executar três seqüestradores de uma lancha de passageiros com destino aos Estados Unidos, há três semanas, e de mandar prender dissidentes, surgiram manifestações pelo mundo pedindo "Cuba libre".

O português José Saramago, prêmio Nobel de Literatura, afirmou que dificilmente se veria um mundo novo na ilha. Significativo, vindo de um castrista de primeira hora. O uruguaio Eduardo Galeano, autor de As Veias Abertas da América Latina, comentou que "a revolução está perdendo o ar de espontaneidade e a frescura que desde o início a empurrou".

Mas ainda há abraços para Fidel. O arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, na semana passada, enviou telegrama de apoio escrevendo "solidariedade com a luta". Na última quarta-feira, o escritor colombiano Gabriel García Márquez, outro Nobel de Literatura e amigo de Fidel, confirmou seu apoio ao regime imposto pelo líder, mas condenou a pena de morte. Respondeu à intelectual norte-americana Susan Sontag, que o criticou por manter silêncio diante dos últimos atos do comandante.




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