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Sindicato pede cassação de Saulo por falta de reajuste e desvio do Fundeb

Sineduc aponta crimes cometidos pelo prefeito
de Ribeirão; briga trava o avanço da solicitação

Vitória Rocha
Do Diário do Grande ABC
08/06/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


A presidente do Sineduc (Sindicato dos Trabalhadores na Educação Municipal) de Ribeirão Pires, Perla de Freitas, protocolou formalmente pedido de cassação do prefeito Saulo Benevides (PMDB) na Câmara. No documento, a educadora informa sobre o não pagamento do reajuste aos servidores públicos e alega que o chefe do Executivo tem colocado funcionários da Educação, que recebem via repasse do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), para ocupar outras funções.

O caso, no entanto, não foi levado adiante por conta de desentendimento entre o presidente da Câmara, José Nelson de Barros (PMDB), e o vereador Silvino de Castro (PRB) durante a sessão, que foi cancelada.

Integrantes do Sineduc, de outros segmentos do funcionalismo e da UJS (União da Juventude Socialista) – esses que, inclusive, ocuparam a Câmara na semana passada pedindo a abertura da CPI da Saúde –, estiveram no Legislativo ontem para acompanhar o andamento dos trabalhos e se manifestarem a favor do impeachment de Saulo.

“Queremos que se monte uma comissão de inquérito para investigar o prefeito. Eu, representando os servidores da Educação e os servidores públicos, protocolei pedido de apuração do que parecem irregularidades que o prefeito vem cometendo e que podem ser motivo para uma eventual cassação de mandato”, justificou Perla. Ela alega que o prefeito feriu a Constituição Federal e a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) por falta de transparência e desvio de recursos carimbados.

O documento foi lido logo no início da sessão por Eduardo Nogueira (SD), que demonstrou sua solidariedade ao reajuste. A fala foi corroborada por Rubão Fernandes (PSD), Gabriel Roncon (PTB) e Renato Foresto (PT). Durante toda a sessão, os manifestantes levantavam cartazes solicitando impeachment de Saulo e pedindo a abertura da CPI da Saúde.

A confusão na Casa começou quando Silvino de Castro também demonstrou apoio aos servidores e a uma eventual cassação do mandato de Saulo, mas foi mal interpretado por Zé Nelson. “Alguém gritou que era para caçar o mandato do Zé Nelson também e ele achou que fui eu. Aí começou o bate-boca”, relatou Silvino. O parlamentar Edson Savietto, o Banha (PPS), teve de intervir na discussão e apartou Zé Nelson. Quase houve agressão. A sessão acabou suspensa. O presidente da Casa saiu sem falar com a imprensa sobre o ocorrido.

Saulo atribuiu a manifestação ao fato de ser ano eleitoral. “A Perla está apoiando o Grecco (Luiz Carlos Grecco, PRB, ex-prefeito e pré-candidato ao Paço). Até agora pagamos o salário rigorosamente em dia, mas a arrecadação tem diminuído com a crise. Sobre o dissídio, estamos estudando (uma forma de pagar). Não adianta dar o dissídio e não ter dinheiro para pagar a folha”, disse o peemedebista. Não há prazo para que esse reajuste seja depositado.
 




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