Importante ligação viária de Santo André, principalmente para motoristas que desejam acessar o 2º Subdistrito do município ou a divisa de São Caetano, a Avenida Industrial deve ganhar até setembro duas faixas de rolamento em cada sentido no trecho próximo ao Grand Plaza Shopping. As intervenções fazem parte de medidas mitigadoras que a Incorporadora Brookfield realiza na área para diminuir os impactos gerados com a construção de empreendimentos na região.

As intervenções, que já estão sendo executadas pela incorporadora, têm como objetivo desafogar o trânsito. Responsável por abrigar diversos empreendimentos residenciais e comerciais, além de instituições de ensino e o terminal rodoviário da cidade, a avenida tem demanda diária de 25.583 veículos por dia nos dois sentidos.

O alargamento da via será feito em trecho de cerca de 600 metros entre a Rua das Caneleiras e a Praça Galdino Ramos da Silva. Quando as obras forem finalizadas, serão duas pistas de 7 metros de cada lado com canteiro central de 2 metros (confira arte abaixo). Atualmente, esse trecho da via possui somente uma faixa de rolamento em cada sentido.

Em virtude do alargamento, lotes que estão localizados do lado direito da avenida (sentido bairro) serão recuados. De acordo com a Prefeitura, essas áreas já estavam reservadas para a construção das faixas de rolamento, “exceto o terreno da Concessionária Vigorito, onde houve permuta com a administração municipal, sem ônus”. Durante a realização das obras, somente meia pista da avenida está liberada para passagem de veículos.

Segundo a Prefeitura, duas outras intervenções contemplam o projeto. A primeira, que visava a recuperação de área verde entre a Rua Porto Carrero até o fim da Praça Galdino Ramos da Silva, já foi finalizada. A outra fase, que prevê a abertura de trecho da Rua das Caneleiras e a instalação de semáforo no cruzamento entre a via e a Avenida Industrial, ainda não tem previsão da incorporadora para ser iniciada. Os valores das intervenções não foram informados pela Brookfield por razões de política interna.

Para moradores da região, o alargamento da via é visto com bons olhos. “Vai ajudar muito o trânsito da região. No fim da tarde, a avenida vira um caos”, disse o porteiro Valdinei Dionísio, 56 anos.

Para a estudante Jéssica Leal Duarte, 24, a expectativa é que a via tenha melhor fluidez após a conclusão das obras. “Todo dia, na hora que chego ou saio da faculdade, é uma dor de cabeça. Espero que agora isso mude com as novas pistas.”

Construções potencializam economia do entorno

A construção de empreendimentos residenciais e comerciais em toda a extensão da Avenida Industrial, no bairro Campestre, em Santo André, tem mudado a cara da região. A via, que durante anos ficou com diversos espaços ociosos, é atualmente disputada por grandes empresas e incorporadoras.

De acordo com o diretor da Incorporadora Brookfield , José de Albuquerque, a avenida tem enorme potencial econômico. A empresa acaba de finalizar dois empreendimentos na área: Jardim Park House (residencial) e Jardim Park Business (comercial), ambos com mais de 90% dos seus espaços vendidos. “É uma área valorizada. Temos um shopping muito bom ao nosso lado, a localização de um parque na via, sem contar instituições de ensino nas proximidades. A avenida, com certeza, tem muito potencial econômico.”

Em virtude do novo cenário da região, a Prefeitura de Santo André, inclusive, já elabora projetos para o entorno. Um deles é a construção de outra via de 1,6 quilômetro, que deve diminuir ainda mais os congestionamentos nas avenidas Industrial e Dom Pedro II.

O projeto está incluso em pacote de intervenções na área de Mobilidade Urbana que a Prefeitura irá realizar com recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Segundo o secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos de Santo André, Carlos Sanches, o Carlão (PT), o projeto só depende da liberação da verba para ser iniciado. “Hoje o plano está em Brasília e a todo momento estamos monitorando o andamento. Entretanto, o clima é totalmente desfavorável para fazer essas coisas andarem”, avalia.