A soma dos patrimônios de 27 candidatos a prefeito e 22 vices das sete cidades do Grande ABC totaliza R$ 45.730.762,18. Cinco políticos que compõem chapas majoritárias com prefeituráveis declararam não possuir bens. O montante é quase uma vez e meia o orçamento de Rio Grande da Serra, previsto em R$ 31,8 milhões para este ano. Com a quantia daria para construir, por exemplo, duas unidades da Sabina Escola Parque do Conhecimento, avaliada em R$ 20,9 milhões.

Em média, cada um dos postulantes que declaram ter posses para a Justiça Eleitoral detém R$ 933 mil. O valor é superior ao dos 68 pleiteantes de 2004, que somaram R$ 42,4 milhões - à época, dados dos 12 políticos que registraram candidatura em Diadema foram divulgados.

Para o cientista político Rui Tavares Maluf, a disposição em disputar eleições para o Executivo ainda desperta maior interesse em pessoas com renda mais elevada. "Isso ocorre porque há custos pessoais e grandes riscos envolvidos."

Mas o especialista ressalta que o cenário não é fechado apenas para cidadãos com alto padrão de vida. "A tendência é ter patrimônio significativo. Entretanto, observamos partidos mais organizados que conseguem compensar a dificuldade financeira com engajamento respaldado em sindicatos e movimentos sociais", analisa.

Dos R$ 45,7 milhões apresentados neste ano, 49%, ou R$ 22,4 milhões, estão nas mãos de quatro candidatos, três deles de Santo André. A vereadora Dinah Zekcer (PTB), vice na chapa de Aidan Ravin (PTB), afirmou ser detentora de R$ 12,5 milhões - somente créditos de empresa de saúde totalizam R$ 8,7 milhões.

O tucano Fernando Gomes, vice de Newton Brandão (PSDB), é o segundo colocado com um patrimônio avaliado em R$ 5,1 milhões. Cotas em capital financeiro no valor de R$ 4 milhões formam o principal bem do candidato.

O empresário Paulo Bio (PMDB), que faz dobrada com o prefeiturável de Mauá Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (PSB), aparece na terceira posição, ao declarar R$ 3,3 milhões correspondentes a imóveis, veículos e sociedade em companhia e até uma lancha.

O ex-prefeito tucano de Santo André Newton Brandão é o quarto melhor colocado no quesito declaração de bens. O ex-chefe do Executivo afirmou possuir R$ 3,28 milhões.

A polarização dos valores com políticos de Santo André faz com que a cidade lidere a lista de bens entre os pleiteantes aos Executivos. No município estão concentrados R$ 24,6 milhões, equivalente a 53,8% do total. Em segundo vem São Bernardo, com R$ 5,2 milhões, e em terceiro Mauá, cujos candidatos apresentaram R$ 4,9 milhões em bens.

São Caetano que ocupava a segunda posição em 2004 - eram sete candidatos inicialmente na disputa - caiu para a penúltima colocação, com R$ 2,3 milhões em patrimônio declarado dos postulantes.

MENORES VALORES
O menor valor apresentado nas declarações de bens dos candidatos a prefeitos e vices é de Ivany Sanches (Psol), parceira de chapa do prefeiturável de São Caetano Horácio Neto (Psol), que afirmou possuir conta bancária de R$ 940. O segundo e terceiro colocados na escala de menor patrimônio são da mesma chapa oposicionista de Diadema. O pleiteante ao Paço Municipal Vladimir Trombini Campos, O Vladão (PCB), e seu vice Antônio Jovem (Psol) possuem, respectivamente, R$ 3.775 e R$ 11,7 mil.