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Confirmações de casos de dengue vão demorar mais

Quantidade insuficiente de kits para testagem
dificulta a atualização dos números na região

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
12/03/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Embora o Instituto Adolfo Lutz, ligado ao governo estadual e responsável pela testagem de dengue, tenha retomado a confirmação dos casos da doença no dia 1º, o GT (Grupo de Trabalho) Saúde do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC não recebeu a atualização, conforme o previsto. A expectativa era que até ontem, 404 casos represados no instituto seriam esclarecidos. A entidade regional não recebeu justificativa para o ocorrido, no entanto, o motivo para a previsão não se consolidar está ligado à quantidade insuficiente de kits encaminhados pelo Ministério da Saúde.

Segundo o instituto, os 220 kits recebidos neste ano representam 7% do total de 3.000 solicitados desde outubro de 2015 à Pasta do governo federal, que é responsável pela compra para todo o Brasil. “O Instituto Adolfo Lutz manteve as amostras armazenadas, nas condições necessárias, para realização da sorologia quando houvesse a disponibilidade de kits. Os materiais recebidos atendem cerca de 19.800 amostras de sorologia, das mais de 30 mil armazenadas, fora as que ainda deverão ser encaminhadas pelos municípios nas próximas semanas”, ressaltou a Secretaria de Estado da Saúde, em nota.

O último boletim divulgado pelo Consórcio Intermunicipal mostra que, até o dia 27 de fevereiro, a região contabilizou 2.910 pacientes com suspeita de dengue, número 14,4% maior na comparação com o mesmo período do ano passado. Já casos autóctones (contraídos no próprio município), foram 29.

Os dados coletados apontam ainda 28 suspeitas de zika vírus, sendo 26 em São Bernardo, uma em Mauá e uma em Santo André. Já a febre chikungunya contabiliza 68 suspeitas, sendo 51 em São Bernardo, oito em Mauá, oito em Santo André e uma em São Caetano. Todos ainda aguardam confirmação.

Com a demora na atualização dos casos, além de não se ter o número real de contaminações, as secretarias municipais de Saúde têm dificuldades para identificar as áreas mais vulneráveis e direcionar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.

Procurado, o coordenador do GT Saúde do Consórcio Intermunicipal e secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, preferiu não comentar a situação por não ter recebido justificativa do Instituto Adolfo Lutz para o atraso na entrega dos exames.

OUTRO LADO

O Ministério da Saúde afirma que a situação dos testes sorológicos de dengue está regularizada. “Foram adquiridos 1.000 kits entre fevereiro e março, que estão sendo distribuídos para as secretarias estaduais de todo o País”, destaca. “Cabe ressaltar que cada kit é capaz de realizar 96 testes, o que totaliza 96 mil exames. Para o Estado de São de Paulo, no mesmo período, foram encaminhados 220 kits, o que corresponde a 21.120 testes”, salienta. Ainda de acordo com a Pasta, mais 1.000 kits estão sendo adquiridos neste mês, que serão encaminhados aos estados de acordo com o cronograma de liberação.

O Ministério da Saúde salienta que o tratamento dos pacientes não depende de exames específicos de diagnóstico da dengue, “sendo o acompanhamento da evolução dos sintomas o que define a assistência”, e que as secretarias de Saúde têm autonomia “para complementar a oferta, conforme preferência do gestor, como ocorre com o teste rápido.”

 




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