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Fundação oferece novo método de fertilização em Sto.André
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
20/04/2003 | 18:00
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A partir do dia 1º de maio, o setor de Reprodução Humana da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, em Santo André, passa a atender homens portadores de oligospermia (que possuem abaixo de três milhões de espermatozóides). O novo tratamento de fertilização, denominado ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóide), é capaz de fecundar o óvulo com apenas um espermatozóide vivo e até então era inédito no serviço público do Grande ABC, segundo Caio Parente Barbosa, 44 anos, um dos responsáveis pelo departamento na instituição.

“Com uma micropipeta (microscópio especial), o aparelho segura o óvulo, enquanto uma microagulha injeta um único espermatozóide”, explicou Barbosa, também chefe do Departamento de Ginecologia da faculdade. Ainda de acordo com o ginecologista e especialista em reprodução humana, em condições normais o tradicional processo de fertilização in vitro (proveta) necessita de pelo menos 100 mil espermatozóides, enquanto no ICSI apenas um é suficiente.

O tratamento é realizado por meio de um microscópio especial invertido de última geração, que custou cerca de US$ 60 mil. A partir da introdução de um único espermatozóide dentro do óvulo, no dia seguinte dá para se comprovar se houve ou não fertilização. Após três dias, segundo o especialista, o óvulo é colocado de volta no útero da mulher. A espera é de duas semanas, tempo necessário para saber se a mulher engravidou ou não. Esse procedimento é comum também na fertilização in vitro.

O serviço é destinado a casais que não teriam condições de pagar pelo tratamento em clínica particular, uma vez que o SUS (Sistema Único de Saúde) não cobre as despesas. Segundo Barbosa, existirá um custo para o novo tratamento. O valor ainda não foi definido, mas será menor do que o praticado em outros locais. Clínicas privadas cobram em média R$ 7 mil, incluso os honorários médicos (R$ 3 mil pelo processo de fecundação convencional e R$ 4 mil, com o ICSI).

Nos levantamentos feitos pelo setor de Reprodução Humana da faculdade, 40% dos casos de infertilidade são por problemas femininos, 40% masculinos, conseqüentes da oligospermia, e 20% do casal. Até hoje, os casos de oligospermia eram detectados durante a triagem inicial e descartados, o que não mais acontecerá a partir de maio.

Consultas – O setor de Reprodução Humana, inaugurado em maio do ano passado, atende cerca de 15 casais por dia e 300 por mês, que são acompanhados desde a triagem até o nascimento do bebê. A intenção é dobrar esse número com a introdução do atendimento no período da tarde, a fim de atender a alta demanda, segundo o médico. Os interessados poderão marcar consultas pelo telefone 4993-5401, a partir do dia 1º de maio, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h.




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