Os dirigentes egípcios fizeram numerosas declaraçoes sobre a inutilidade da força nuclear israelense na era de paz que se avizinha com o final da parte palestina e o iminente reinício do capítulo sírio-libanês do processo de paz.

A questao do armamento nuclear israelense estará na ordem do dia de suas conversaçoes com o presidente norte-americano Bill Clinton dia 28 de março, anunciou no último dia 15 o ministro egípcio de Relaçoes Exteriores, Amr Musa.

Mubarak visitará o Pentágono, onde será recebido pelo secretário de Defesa, William Cohen.

Ali exporá ``a necessidade de um equilíbrio das forças regionais para consolidar a estabilidade da regiao', estimou o chefe da redaçao da revista Al-Musawar, Makram Mohamed Ahmed, ligado a Mubarak, em sua ediçao desta quinta-feira, numa referência à supremacia militar israelense.

O mandatário egípcio destacará ``o impacto benéfico de uma modernizaçao das forças de defesa egípcias e do desenvolvimento de suas forças armadas sobre a segurança da regiao', acrescentou Ahmed.

O Cairo, que em 1995 realizou uma infrutífera campanha em favor da adesao israelense ao Tratado de Nao Proliferaçao Nuclear (TFP), se opoe a que o Estado hebreu seja o único da regiao dotado de uma força atômica estimada, segundo os especialistas, em mais de 200 ogivas nucleares.

``O núcleo do problema é que na regiao há armas nucleares que ameaçam sua segurança', disse Musa, destacando que ``os compromissos de uma nao proliferaçao das armas nucleares devem ser aplicados a todos os países da regiao sem exceçao, pois qualquer exceçao causará reaçoes negativas'.

``A Israel convém - assim como convém ao Egito e aos outros países da regiao - desmantelar esse reator (as instalaçoes israelenses de Dimona) e iniciar negociaçoes sérias conosco para liquidar seu programa nuclear', declarou o assessor político de Mubarak, Usama al-Baz, em uma entrevista publicada na última segunda-feira pelo jornal governamental Al-Ahram.

O Egito é o segundo beneficiário da ajuda norte-americana à regiao, depois de Israel, com US$ 735 milhoes de ajuda econômica e US$ 1,3 bilhao de assistência militar. Essa ajuda será aumentada em US$ 25 milhoes, anunciou recentemente o embaixador dos EUA no Cairo, Daniel Kurtzer.