Ex-prefeito de Ribeirão Pires e atual superintendente do Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo), Clóvis Volpi garantiu que será candidato a prefeito pelo PSDB em Mauá, apesar de toda movimentação de bastidores para abortar o projeto com ele à frente.

No domingo, o Diário mostrou que há forte pressão no tucanato estadual para que a candidatura com Volpi seja cancelada por apoio ao projeto do deputado estadual Atila Jacomussi (PCdoB), líder nas pesquisas de intenções de voto e que faz acenos explícitos por apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Ontem, Volpi garantiu que conversou com integrantes da direção do PSDB, como o presidente estadual, Pedro Tobias, e o secretário-chefe da Casa Civil do Palácio dos Bandeirantes, Edson Aparecido (PSDB), que teriam lhe dado aval para concorrer ao Paço em Mauá.

Irritado, o ex-prefeito reafirmou sua candidatura e ironizou quando confrontado pelo Diário de que a informação sobre os planos do PSDB apostar em Atila partiu do núcleo duro do PSDB no Estado. “Com quem você (repórter) conversou na (direção) estadual? Com a faxineira, com a mulher que faz o café? Falei com o Pedro (Tobias) e ele negou tudo”, disparou o tucano.

Procurado, Tobias colocou panos quentes nas críticas de Volpi, que o chamou de “inconsequente” por “ouvir boatos e transformar em outros boatos”, em referência às especulações que circulam nos bastidores de que o tucano já teria desistido da disputa. “Não vou baixar o nível. Qualquer resposta envergonha ele (Volpi) ainda mais”, disse. O Diário apurou que o dirigente não quer tomar nenhuma decisão e não contrapor o ex-prefeito enquanto não conversar pessoalmente com o presidente do PSDB em Mauá, Márcio Canuto. Os dois devem se encontrar ainda hoje.

Volpi tem revivido nas últimas semanas o inferno astral de querer se candidatar à Prefeitura de Mauá e esbarrar em obstáculos.

Quatro anos atrás, ele foi cogitado na disputa pela sucessão do então prefeito Oswaldo Dias (PT), na eleição de 2012. Em 2011, então prefeito de Ribeirão em segundo mandato, Volpi preparava para concorrer ao Paço de Mauá. Como uma possível vitória na cidade vizinha configuraria terceiro mandato consecutivo (o que é proibido pela legislação eleitoral), Volpi (então no PV) arquitetou para renunciar à Prefeitura de Ribeirão e assumir a superintendência do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica). Pela manobra, o então verde disputaria a sucessão de Oswaldo como ex-servidor público. Os planos, porém, esbarraram em restrições jurídicas.

Volpi, então, anunciou aposentadoria política, mas no ano passado retornou para o PSDB, onde foi vereador, deputado estadual e federal, e ressuscitou os planos de disputar em Mauá.