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Mutirões contra o Aedes tomam as ruas

Seis cidades integraram o Dia Nacional de combate ao transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya

Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
14/02/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Mutirões tomaram as ruas do Grande ABC ontem, Dia Nacional de Combate ao Mosquito Aedes aegypti, batizado de Zika Zero, com a tarefa de eliminar criadouros do transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya e também promover atividades educativas.

Agentes dos CCZs (Centros de Controles de Zoonoses) de seis das sete cidades (apenas Rio Grande da Serra não promoveu a ação) entraram de casa em casa para conscientizar a população, orientar e fiscalizar os imóveis. Em muitos deles foram encontradas larvas do inseto. “Hoje (ontem) há uma intensificação dos mutirões, mas na verdade, durante todo o ano temos um cronograma. É que, infelizmente, no verão a reprodução do inseto é maior”, explica Vera Lúcia da Silva Franco, assistente técnica do Departamento de Vigilância e Saúde da Prefeitura de Santo André. Bastam dois dias para que as larvas se transformem em mosquitos, segundo ela.

No município andreense, houve concentração na Praça da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, próximo ao Terminal Rodoviário da Vila Luzita. “Tivemos um crescimento população significativo. Por isso, escolhemos concentrar as atividades educativas aqui”, conta Vera Lúcia.

“Foi feito intenso trabalho também nas divisas entre as cidades. É o tipo de local que um deixa para o outro cuidar e ninguém acaba dando conta. Notamos que as pessoas, a cada dia que passa, têm maior conhecimento sobre o inseto, mas ainda falta muita gente fazer a sua parte”, destaca o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT).

Morador do Jardim Irene 1, o corretor de imóveis Fábio Carbogin, 47, recebeu a vista de agentes em sua casa. “Não tem 15 dias que o pessoal da Prefeitura veio até minha casa. Estão acompanhando de perto, e mesmo assim temos um infectado na rua de cima. É assustador”. No bairro houve operação de nebulização (aplicação de veneno).

Em São Bernardo, cerca de 70 agentes faziam vistorias nos comércios. No bairro Nova Petrópolis, Rua Santa Filomena, área com empreendimento em construção estava infestada de larvas. Foram precisos três tubos de plástico para recolher todas. “Aos fins de semana não há trabalhadores, e água fica acumulada em tambores, reservatórios. É o lugar ideal para a proliferação”, explicou o agente Marco Alex, do Controle de Vetores do Centro de Zoonoses da Prefeitura de São Bernardo.

Bombeiros, agentes da Defesa Civil, voluntários e integrantes da Vigilância e Saúde de São Caetano, somaram 100 pessoas, inspecionaram o bairro Fundação. “Temos o problema do terreno da Matarazzo, que apesar de ser particular, precisamos intervir. Aqui é área de risco, pois há muito mato e entulho jogado. Só hoje retiramos do local, pelo menos, 30 pneus com água”, relata Caio Willians, diretor do órgão no município. As moradias e os comércios das proximidades também foram vistoriados. No sábado, os outros 14 bairros receberão o mutirão, e todos os imóveis serão visitados.

Na região, no ano passado, 7.403 casos foram registrados, crescimento de 558% ante o mesmo período de 2014.

Ações sobre a dengue chegam às escolas de Santo André

A Prefeitura de Santo André planeja levar à rede municipal de ensino, já nesta semana, agentes para atividades educativas. “A pedido do prefeito Carlos Grana (PT), vamos mostrar nas escolas as maquetes, explicar às crianças como se prevenir”, conta o secretário de Saúde Homero Nepomuceno.

A Prefeitura conta com a parceria do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) do Estado de São Paulo – regional ABC. Com isso, casas que estão para alugar são abertas para que a vistoria seja feita. O órgão também ajuda a localizar os proprietários para que limpeza seja realizada. “A população já sabe quais são as doenças que o inseto transmite e como podemos combatê-lo, mas muitos ainda não o fazem. Por isso, a importante de passar de porta em porta”, diz o secretário.




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