Setecidades Titulo Crise hídrica
Economia de água chega a 16 bilhões de litros em um ano no Grande ABC

Redução em quatro cidades da região é suficiente
para atender por 12 meses população de Diadema

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
16/01/2016 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC:


O volume de água economizado por 79,41% da população residente em quatro municípios do Grande ABC, operados pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), alcançou 16 bilhões de litros entre dezembro de 2014 e o mesmo mês do ano passado. A quantidade é suficiente para atender por um ano a demanda diária de mais de 400 mil pessoas, equivalentes à população de Diadema.

Segundo a companhia, a média de clientes que foram bonificados em 2015 por economizarem água chegou a 67,26% em São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Já a quantidade de moradores que não tiveram o bônus, mas reduziram o consumo, chegou a 12,15%. Para o superintendente da Unidade de Negócio Sul da Sabesp, Roberval Tavares de Souza, os resultados mostram a conscientização da população. “É notável como os moradores tomaram conhecimento da importância do uso racional da água. Sabemos que o programa de bônus colaborou, mas as pessoas também entenderam o momento crítico.”

Moradora do Jardim das Nações, em Diadema, a dona de casa Isabel Cristina Teixeira, 52 anos, foi uma das consumidoras que mudaram a rotina em decorrência da crise hídrica. “Agora só lavo roupa a cada 15 dias. Quintal nem pensar. Ou adotava outras condutas ou ficava sem água.”

Levantamento da Sabesp aponta que nos quatro municípios, somente 9,35% dos moradores aumentaram o consumo em 2015. Outros 11,23% receberam multa pelo uso não racional da água.

Segundo o professor de Engenharia Hídrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie Eduardo Giansante, o programa de bônus e ônus foi de grande importância para incentivar a redução do consumo. “Infelizmente, a população do País sempre viu a água como algo abundante. A crise hídrica e o programa serviram para todos se conscientizarem do uso racional. Na Flórida (Estados Unidos), esse sistema sempre foi adotado.”

O especialista ainda reforçou que a atitude de economia deve ser permanente. “Assim como o programa de bônus, a redução de pressão que a Sabesp realiza precisa continuar. Vivemos outra realidade hoje.”

A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) autorizou a Sabesp, no fim de 2015, a prorrogar o programa de concessão de bônus e a tarifa de contingência para consumo de água. O prazo se estende até o fim de 2016 ou até que haja maior previsibilidade quanto à situação hídrica.

Semasa e DAE também registram redução

Também com ações que incentivam o uso racional da água, Santo André e São Caetano registraram em 2015 economia no consumo do recurso hídrco.

Dados do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) apontam que a quantidade de água não consumida, na comparação entre 2013 com 2015, foi de 7,2 bilhões de litros. Já na comparação de 2014 com o ano passado, a quantia foi de 4,2 bilhões de litros.

De acordo com a autarquia, somente em dezembro do ano passado, 34,41% dos consumidores apresentaram alguma redução de consumo em comparação com novembro.

Por sua vez, o DAE (Departamento de Água e Esgoto), responsável pelo abastecimento de São Caetano, informou que desde fevereiro de 2014 o município já reduziu o consumo de água em quase 22%.

Uma das iniciativas citadas pelo órgão para conscientização foi a Patrulha DAE – Pela Proteção da Água, que, em novembro, completou um ano de funcionamento na cidade.

Já a Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), que não possui programa de bônus, afirmou que tem trabalhado também, incessantemente, para esclarecer a população sobre a necessidade de economizar água. 




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