Na iminência de perder único vereador petista, partido busca alternativa para socorrer chapa proporcional para 2016
Na iminência de perder o único vereador do PT em São Caetano – Pio Mielo, que está de malas prontas para o PMDB –, o diretório do petismo na cidade tenta viabilizar aliança inédita com o Psol para a eleição de 2016. A empreitada, ainda ventilada apenas nos bastidores, visa fortalecer a chapa proporcional dos dois partidos e a formação de parceria para a disputa majoritária.
Na corrida por vaga na Câmara, a coligação poderia beneficiar nomes de ambos os lados que foram bem votados em pleitos anteriores, mas que não são eleitos pelo fato de ou o partido não atingir o quociente eleitoral – caso do Psol – ou a quantidade de votos depositados na sigla garantir somente uma cadeira à legenda – caso do PT.
Dentre os quadros que se frustram a cada páreo estão os ex-vereadores Horácio Neto (Psol) e Vera Severiano (PT), além do suplente Ricardo Rios (PT). Apesar de não ter eleito nenhum representante no Legislativo são-caetanense em 2012, o Psol contabilizou mais votos (3.098) que partidos que garantiram vagas através do quociente partidário, ou seja, pela sobra de adesões depositadas à coligação que fizeram. Neste cenário entram o PDT (2.114), o PCdoB (1.329) e o PHS (1.055) – elegeram por quociente, respectivamente, Cidão do Sindicato (hoje no Solidariedade), Eder Xavier (agora no PSC) e Edison Parra.
Na briga pelo Paço, ainda não está certo se petistas se uniriam a socialistas, encabeçando a chapa majoritária ou indicando alguém para a vaga de vice. Parte do PT defende a candidatura do ex-presidente do Sesi Jair Meneguelli (PT), mas há parcela que quer a legenda no arco de alianças do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB), que disputará a reeleição. Outra corrente também fala em suporte à candidatura da vice-prefeita Lúcia Dal’Mas (PRTB). Já o Psol tem dois pré-candidatos ao Palácio da Cerâmica: o advogado Renan Celestino e o professor universitário Pedro Teruji.
NADA OFICIAL
Dirigentes dos dois partidos rechaçam que a parceria seja cogitada, uma vez que a união PT-Psol é incomum até mesmo no País. A legenda socialista foi criada em 2005 justamente por políticos dissidentes do PT, que se diziam descontentes com o rumo do petismo. Desde então, o Psol mantém críticas ferrenhas aos petistas.
Presidente do PT de São Caetano, Márcio Della Bella negou existência de discussões sobre a coligação com o Psol em 2016, porém sinalizou ver com “bons olhos” eventual acordo. “Nós nunca falamos sobre isso. Mas o PT nunca teve problemas em dialogar com o Psol”, frisou o dirigente.
Sem mandato desde que deixou a Câmara de São Caetano, em 2008, Horácio Neto refutou a parceria com os petistas, no entanto, destacou que a legenda não se negará ao diálogo. “Dentro do Psol não existe essa discussão, mas acho difícil (unir-se ao PT), pelos critérios de alianças do nosso partido”, explicou o ex-parlamentar, ao emendar que as denúncias de corrupção envolvendo os governos petistas dificultariam adesão com o PT.
Presidente do Psol local, Thiago Cavallini não poupou críticas aos petistas. “Da minha parte, está descartada (a parceria). O PT terminou seu ciclo na política. Se provou ineficaz, tanto no combate à corrupção quanto nas políticas públicas”, disparou o dirigente, que também disputou cadeira de vereador em 2012, mas não levou.
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