O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, chegou ontem a Beirute para entregar às autoridades libanesas uma ajuda de 2,5 toneladas de medicamentos. O avião do chanceler brasileiro pousou no aeroporto internacional de Beirute, sobre o qual Israel mantém um bloqueio apesar do fim das hostilidades entre o Estado hebreu e o grupo paramilitar Hezbollah.

Além de demostrar solidariedade aos libaneses, o objetivo da visita também é manter diálogo com autoridades locais e trocar impressões sobre as perspectivas de solução do conflito com Israel.

Celso Amorim foi recebido pelo ministro de Relações Exteriores do Líbano, Fawze Sallukn e também se encontrou com o presidente Emile Lahoud, com o primeiro-ministro Fuad Siniora e com o presidente da Assembléia Nacional, Nabih Berri.

Amorim entregou às autoridades libanesas doação humanitária brasileira de 2,5 toneladas de medicamentos, que incluem anti-retrovirais, antibióticos e kits de farmácia básica, suficientes para atender necessidades emergenciais de 145 mil pessoas.

“O Brasil não tem nenhuma expectativa de ser mediador de uma crise desta natureza. Agora achamos que por nossa experiência, mesmo internamente no Brasil, em resolver pacificamente as questões entre as comunidades, a gente tem condições de ajudar neste sentido”, disse aos jornalistas.

De acordo com informações da Agência Brasil, em sua estada no Líbano, o ministro Celso Amorim deverá visitar também a embaixada e o consulado-geral do Brasil em Beirute, a fim de manifestar reconhecimento à atuação dos funcionários das duas unidades nas operações de assistência e retirada de cidadãos brasileiros do Líbano.

Antes de deixar Beirute, Amorim também se encontrará com os diplomatas do país que ajudaram a retirar 2.676 brasileiros do Líbano.

O Brasil possui a maior colônia de origem libanesa no mundo, calculada em sete milhões de pessoas, o dobro da população residente no Líbano atualmente. Oito cidadãos brasileiros morreram no Líbano, vítimas dos ataques israelenses contra redutos do grupo Hezbollah. (Com agências)