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Prefeitura cede terreno para Fundação Casa sem avisar sindicato
Por Deh Oliveira
Do Diário do Grande ABC
01/05/2009 | 07:11
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A direção do Sindicato dos Cegonheiros não sabia que parte da área onde está o pátio da entidade, no bairro Batistini, em São Bernardo, foi oferecido pela Prefeitura como alternativa para a construção de duas unidades da Fundação Casa (ex-Febem) para abrigar jovens em conflito com a lei no município.

"Nós não fomos comunicados de nada. Fomos pegos de surpresa. É uma área importante para nós", afirmou Márcio Galdino, diretor do sindicato. Ele disse que a presidência da entidade ainda precisa se reunir para debater o assunto.

Embora a administração municipal e a Fundação Casa não confirmem a proposta, a reportagem do Diário flagrou quinta-feira funcionários da Prefeitura fazendo medições topográficas no terreno. O objetivo do levantamento é verificar qual o melhor trecho do terreno para a construção das unidades.

O terreno é a segunda proposta da Prefeitura para evitar a construção das unidades no bairro Alvarenga, onde a Fundação já havia iniciado procedimento para a construção. Outra área, também no Batistini já havia sido ofertada. A proposta, porém, foi descartada pela entidade, após a Secretaria de Estado do Meio Ambiente detectar que a construção poderia causar impactos ambientais.

A área onde está o pátio, porém, fica em frente à que foi rejeitada. O Diário apurou que a Fundação Casa deve ocupar aproximadamente 30 mil metros quadrados do terreno, que possui cerca de 100 mil metros quadrados. O sindicato informou que o fluxo de carretas diário no pátio é de aproximadamente 300 veículos. O espaço tem capacidade para abrigar cerca de 250 veículos. Galdino explicou que a redução da área do pátio poderá acarretar complicações à categoria. "Nós temos problemas nas ruas para estacionar. O fluxo de carretas é muito grande e na cidade não existem áreas tão grandes quanto esta", lamentou o sindicalista.

O local ofertado pela Prefeitura abriga predominantemente empresas, com poucas residências ao redor. A possibilidade de construção de uma unidade da Fundação Casa divide opiniões. As pessoas contrárias à obra alegam receio de rebeliões e fugas.

"O que a Prefeitura tem de fazer é colocar água, luz e esgoto para nós. É tudo clandestino aqui. Com a Febem, vai ficar mais complicado para nós. Meu receio é escapar todo mundo e fazer reféns", queixou-se o porteiro Milton Anário dos Santos, 65 anos, morador do bairro há 15 anos.

"Para mim é indiferente. Em algum lugar tem de construir. Se for um negócio seguro e tiver segurança, não interfere em nada", argumentou o motorista Carlos Santin, 57.




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