Setecidades Titulo
Câmeras de vigilância são enfeites em Mauá
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
14/09/2011 | 07:00
Compartilhar notícia
Claudinei Plaza/DGABC


Seis câmeras de vigilância anunciadas como reforço no sistema de segurança pública de Mauá em 2003, durante a segunda gestão do prefeito Oswaldo Dias (PT), funcionam hoje apenas como enfeites na região central. A Prefeitura justificou que os equipamentos foram desativados entre 2005 e 2008, exatamente nos governos de Diniz Lopes (PR) e Leonel Damo (sem partido), e que estão obsoletos diante dos atuais sistemas tecnológicos.

A recuperação das câmeras representaria alto custo em relação ao benefício limitado, segundo a administração. Porém, não houve a mínima preocupação em retirar os equipamentos das vias públicas, uma vez que estão fora de operação. Muitos dos equipamentos, enferrujados, estão envoltos com folhas e galhos de árvores - como o que está no cruzamento entre as avenidas Barão de Mauá e Castello Branco.

A Prefeitura não informou o quanto foi investido, na época, na compra do sistema de videomonitoramento. Um guarda-civil municipal, que pediu para não ser identificado, afirmou que, de verdade, as câmeras "nunca" funcionaram.

Em junho de 2001, a Prefeitura de Mauá instalou 64 câmeras de vídeo para vigiar praças, ruas e avenidas no Centro do município. Logo no início da implementação do sistema, cinco não foram utilizadas, conforme reportagem do Diário de 14 de abril de 2002. O investimento foi de R$ 160 mil - valor dividido igualmente entre a Prefeitura e a Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá). Indagado ontem sobre o destino das 64 câmeras, o governo não respondeu.

Projeto

Sem nenhum equipamento de segurança instalado neste terceiro mandato do prefeito Oswaldo Dias na cidade, a Prefeitura pretende implementar novo sistema de videomonitoramento. Desta vez, avaliado em R$ 1 milhão e com recursos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, ligado ao Ministério da Justiça.

Pelo projeto, inicialmente, seriam instaladas 30 câmeras em pontos estratégicos. A base seriam os dados de violência e criminalidade do Observatório Municipal de Segurança - o Centro e os principais eixos de acesso. A primeira fase seria implementada até março de 2012. Vale lembrar que os antigos equipamentos, aqueles seis obsoleto.

Uma segunda etapa poderá atingir até 45 equipamentos, distribuídos em todo o município. O projeto aguarda análise da Secretaria Nacional de Segurança Pública. A contrapartida de Mauá seria de apenas 2%.

O Ministério da Justiça não respondeu ontem aos questionamentos do Diário, inclusive sobre a confirmação e detalhes do projeto para instalação da central de videomonitoramento da Prefeitura de Mauá.

Ribeirão Pires tem projeto em avaliação

Na cidade vizinha de Mauá, a Prefeitura de Ribeirão Pires também possui projeto para a implementação de câmeras de segurança. No entanto, o governo não deu nenhum detalhe do sistema de videomonitoramento, bem como o número de câmeras, custo e prazo. Apenas informou que o projeto "está em fase de avaliação". O Ministério da Justiça também não respondeu se o município está inscrito em algum programa.

Em 2001, os comerciantes da região central investiram R$ 120 mil para a instalação de 48 câmeras. O município também passou por problemas na operacionalização do sistema. Entre eles, um caminhão que se chocou com alguns cabos provocou a interrupção das imagens. Por pelo menos um ano, ficou apenas com 12 câmeras em operação./CW

Rio Grande da Serra não respondeu ao Diário, mas o município, que detém o menor orçamento da região (cerca de R$ 49 milhões), não possui central de videomonitoramento nem câmeras de vigilância nas ruas.

Santo André projeta reestruturar sistema de monitoramento

 O comandante da Guarda Civil Municipal de Santo André, José Roberto Ferreira, afirmou ontem que a Prefeitura tem projeto de reestruturação do sistema de videomonitoramento para o Parque Prefeito Celso Daniel, no bairro Jardim. O Diário publicou no sábado reportagem mostrando que as 23 câmeras de vigilância da área verde de 70 mil metros quadrados estão sem funcionar há três anos.

O comandante apontou ainda que, além do Celso Daniel, o sistema eletrônico de segurança deve ser estendido ao Parque Central, na Vila Assunção, e Parque Antonio Pezzolo, mais conhecido como Chácara Pignatari, na divisa entre a Vila Metalúrgica e o bairro Santa Terezinha.

Porém, Ferreira não soube informar detalhes do projeto elaborado pela Secretaria de Segurança Pública, Urbana e Trânsito de Santo André - a GCM está ligada à Pasta. Nem o recurso previsto nem quantas câmeras fazem parte do pacote. O projeto estaria em análise na Secretaria de Governo. Procurada, novamente, após a entrevista com o comandante na Central de Monitoramento e Trânsito, a Prefeitura não respondeu aos questionamentos feitos pelo Diário.

Em 1999, as 23 câmeras foram instaladas no Parque Celso Daniel, ex-Duque de Caxias, para ajudar a garantir a segurança dos frequentadores. Um dos mais movimentados do Grande ABC, o espaço, até o fim de 2010, era o único a abrir durante as 24 horas do dia. Hoje, funciona das 5h às 22h, por segurança.

O comandante da GCM confirmou que o contrato para execução de serviços técnicos de reforma e manutenção das 23 câmeras teve vigência entre outubro de 2003 e outubro de 2008. De lá para cá, não houve renovação.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;