Os imóveis do Hospital Neomater, de São Bernardo, vão a leilão amanhã, dia 17, às 14h, no Salão do Júri do Fórum do município. O valor mínimo do lance foi definido em R$ 26 milhões pelas instalações e equipamentos do hospital geral. Além disso, a companhia ganhadora da licitação poderá optar pelo arrendamento da maternidade por R$ 150 mil mensais durante dez anos. No entanto, a locação só será obrigatória no caso da empresa são-bernardense não conseguir melhor negócio até 12 meses após a venda.

Para o advogado da Neomater, Fábio Martins Di Jorge, a arrematação em leilão faz parte do plano de recuperação judicial. Sua expectativa é de que a concorrência seja bem sucedida e, com os recursos obtidos com o negócio, os credores sejam pagos.

No entanto, as dívidas acumuladas dificultam o pagamento de todos que têm recursos a receber da empresa, segundo o presidente do Sindicato da Saúde do Grande ABC, Waldir Tadeu David. Ele estima que só de pendências trabalhistas são cerca de R$ 18 milhões - o hospital chegou a ter 800 funcionários - e de débitos não pagos com o Fisco, o mesmo valor do lance mínimo (R$ 26 milhões).

A entidade sindical pretende propor ao eventual comprador que dê oportunidade de trabalho para antigos funcionários da Neomater. Para participar, a empresa interessada teriam de colocar, cinco dias antes do leilão, R$ 4 milhões em depósito judicial.

HISTÓRICO - A situação financeira calamitosa do Neomater já vem se arrastando há alguns anos. Depois o hospital ter sido arrendado no início deste ano pelo grupo hospitalar Santa Marina, os problemas de salários atrasados, falta de benefícios como vale-transporte e refeição e o 13º, continuaram.

A situação levou o sindicato a romper negociações e recorrer à via judicial. Assim como ocorreu com o Hospital Puer, que ocupou o Neomater no ano passado, todas as dívidas da gestora foram reconhecidas pela Justiça como sendo de responsabilidade dos novos proprietários, o que culminou no bloqueio de bens e contas para pagamentos das ações.