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Quatro IMLs do ABC abrirão 24 horas
Fabiana Chiachiri
Do Diário do Grande ABC
06/11/2004 | 13:21
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O superintendente da Polícia Técnico-Científica, Celso Perioli, determinou que os quatro IMLs (Institutos Médico-Legais) da região funcionassem 24 horas desde esta sexta. Apesar da informação da Superintendência, os diretores dos quatro IMLs disseram que assinaram nesta sexta um documento que determinava o funcionamento 24 horas apenas a partir de segunda-feira.

A última determinação do governo do Estado era para que apenas o IML de Santo André funcionasse ininterruptamente. Determinação feita após uma série de reportagens do Diário que denunciaram o funcionamento irregular das unidades e que ocasionou a queda da diretora do IML de Santo André, Ana Joaquina Farinha. A decisão de abrir as unidades de São Bernardo, Diadema e São Caetano também de madrugada foi anunciada em reunião com o superintendente e os diretores dos institutos na quinta-feira. O planejamento teria sido repensado para que um único IML não ficasse sobrecarregado de serviço. O posto de Santo André já funcionava 24 horas há dez dias, atendendo as ocorrências de todas as cidades da região.

Apesar de a Superintendência ter determinado a abertura 24 horas dos IMLs nesta sexta, os funcionários estaduais dos postos – que não deixam de ser policiais – são contratados para trabalhar também em plantões noturnos. Porém, nunca houve fiscalização do governo do Estado. "Quem queria trabalhar corretamente, poderia. Mas isso não acontecia", afirmou um funcionário de uma das unidades.

Os diretores dos IMLs disseram que para abrir 24 horas haverá problemas no rescalonamento de plantões, já que não serão contratados novos funcionários. "Tive de fazer algumas alterações imediatas nos horários dos médicos para poder cumprir a nova ordem. É possível fazer o atendimento, mas vamos ter dificuldades", afirmou o diretor do IML de São Bernardo, Manoel de Assumpção Gazze. "Dentro das nossas possibilidades, vamos nos adequar", afirmou o diretor do IML de São Caetano, Nilton Soares. "Temos uma hierarquia e temos de obedecer ordens", completou o diretor do IML de Diadema, Luiz Frederico Hoppe.

A falta de alojamentos para os plantonistas passarem a noite é outra preocupação dos diretores. Por enquanto, o único posto que terá local adequado para os funcionários dormirem é o de Santo André. As obras, que estão previstas para terminar no próximo dia 11, segundo determinou o governador Geraldo Alckmin, estão a todo vapor. "O quarto já está quase pronto. Só faltam alguns detalhes. No entanto, estou pleiteando uma reforma completa. O que mais me preocupa é atender bem a população. Por isso, a prioridade será a sala de atendimento, a recepção e o próprio necrotério", disse o diretor de Santo André, Vladimir Alves dos Reis. "É claro que as acomodações na minha unidade me preocupam, mas já ouvi falar sobre um projeto da Prefeitura para aumentar as dependências do IML da cidade. Espero que o Auricchio ( prefeito eleito em São Caetano) olhe por nós", disse o diretor da cidade, Nilton Soares.

Mesmo com as dificuldades, os diretores acreditam que a mudança será benéfica. "Dessa maneira, as pessoas não precisarão se deslocar de suas cidades para Santo André. Até o trabalho das polícias Militar e Civil ficará mais fácil e mais seguro. Se algum preso tiver de passar por um exame cautelar, os policiais poderão ir até o IML da cidade", disse o diretor do IML de Santo André.

Das 7h às 19h, serão realizados todos os tipos de perícia (exames de corpo de delito, cautelares e necrópsias) e, das 19h às 7h, exames emergenciais (verificação de embriaguez, estupro etc.), com solicitação de qualquer autoridade policial.

Cada diretor discutirá a questão da segurança dos funcionários plantonistas com o delegado seccional da área. "Já tive uma pré-reunião com o seccional de Santo André (Luiz Alberto Ferreira de Souza) para traçarmos como será feito o esquema de segurança da unidade. Ainda sentaremos com os comandos da Polícia Militar e da Guarda Municipal", disse Reis. Já São Bernardo não enfrenta problemas com relação à segurança. "Somos privilegiados. Dois guardas municipais fazem plantão durante a madrugada, um no velório e outro no necrotério. Além disso, uma viatura fica fazendo ronda a noite inteira", afirmou Gazze.




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