A vereadora de Santo André Elian Santana (Pros) pediu desculpas, mas sua conduta foi condenada ontem por seus colegas na sessão da Câmara. Eles criticaram o fato de a parlamentar ter usado irregularmente espaço público do Legislativo para inscrição do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, vinculado ao governo federal. Na tribuna, os ataques se direcionavam contra a ilegalidade e promoção política do caso, colocando a possibilidade de dolo na ação. Alguns, inclusive, cogitam a abertura de Comissão de Ética, porém, o posicionamento ficou a cargo do presidente da Casa, bispo Ronaldo de Castro (PRB).

Almir Cicote (PSB) afirmou que a “utilização indevida da estrutura do gabinete” para cadastro ao plano de moradias se deu com “total equívoco”. “Não se pode fazer uso político de situação dessas (de cadastro) com a população”, alegou. Ailton Lima (SD) sustentou que o episódio pode ser enquadrado como “estelionato eleitoral”. “Havia título de eleitor no cadastro e promessa próxima à eleição. É de se lamentar”, disse, ao sugerir jogo imoral. Sargento Lobo (SD) citou que é necessário “seriedade” e apontou interesse eleitoreiro. “As pessoas não podem ser iludidas.”

As críticas saíram, principalmente, da bancada de oposição ao governo Carlos Grana (PT) – Elian compõe a base aliada. O Diário flagrou a manobra praticada pela vereadora, que na segunda-feira encerrou, temporariamente, a medida. Apesar da postura, ela falou que existe hipocrisia no Legislativo e que o caso gerou ciumeira, provocando atrito.

Ontem, a parlamentar fez pedido de perdão pelo deslize. “Vi que juridicamente não posso. Peço desculpas pela minha simplicidade por fazer (a inscrição) dentro da Câmara”. Em contrapartida, a equipe da vereadora ainda não respondeu questionamentos da presidência sobre os procedimentos adotados.