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Cantoria é garantida no Jd.São Francisco

Em Ribeirão Pires, bar e mercearia de Luis Gomes de Siqueira reúne casais com videokê

Daniel Macário
Especial para o Diário
02/05/2015 | 07:00
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Nada de centros comerciais, muito menos a badalação de casas noturnas. No Jardim São Francisco, em Ribeirão Pires, quem quer se divertir tem endereço certo. É no bar e mercearia do comerciante Luis Gomes de Siqueira, 58 anos, que a festa rola solta.

Localizado na rua que dá nome ao bairro, o comércio tem diversão e cantoria garantidas. Isso porque é no videokê do estabelecimento que famílias e casais fazem a festa durante os fins de semana.

“Vi que precisava investir em uma forma de entretenimento para quem morava no bairro. Como o local era bastante frequentado por casais, decidi então colocar algo que deixasse as pessoas animadas. Foi aí que trouxe o videokê. Depois de algumas porções e bebidas, todos ficam animados e a diversão toma conta do ambiente”, revela Siqueira, que ainda decidiu oferecer outro atrativo para seus frequentadores. “Deixo ao lado do aparelho um violão. Às vezes o cara se anima e começa a tocar. Ai já viu. O pessoal forma uma roda e vai assim durante a noite toda.”

Atualmente proprietário de outro comércio em Ribeirão Pires, Siqueira chegou ao Jardim São Francisco com o bairro ainda em construção. “Quando vim para cá só tinha mato. Eram apenas seis casas na rua nesse período”, revela o comerciante, que ainda se recorda das dificuldades enfrentadas na época. “Para chegar aqui, tínhamos que passar por uma ponte de madeira estranha, dava medo de ela cair.”

Segundo o comerciante, que construiu casa e criou filhos no bairro, de lá para cá a região virou um dos grandes potenciais do município. “Muitas empresas vieram para cá. Hoje são aproximadamente 15 delas, dos mais variados segmentos. Um rapaz de São Bernardo comprou um terreno e irá trazer 50 funcionários para cá.”

Com crescimento socioeconômico, o comerciante apostou na ampliação de seu bar e mercearia. “Comecei atendendo sete pessoas. Atualmente, chego, aos fins de semana, a reunir 200 pessoas por dia. Tudo isso porque decidi investir na diversidade. Hoje, por exemplo, sirvo almoço para muitos funcionários das empresas instaladas no entorno.”

Siqueira, que iniciou no mercado de trabalho aos 10 anos como balconista de padaria e já atuou até em mecânica e avicultura, relata que se inspirou muito em seu avô para criar o comércio atual. “Ele está com 98 anos e ainda trabalha. Sempre observo a força de vontade dele e me espelho nele. Ele sempre fala que nunca devemos ficar sem fazer nada. E, de fato, quando fico parado começo a pensar coisas erradas, por isso, se ocupar é a melhor solução para a vida.” garante o morador, que ainda revela sua paixão pelo bairro. “Isso daqui virou uma grande potência de Ribeirão Pires. Espero trabalhar muito e aproveitar o melhor do bairro.”

Empresário mantém tradição de família em serralheria

Desde os 11 anos trabalhando ao lado do pai e do avô, Herbert Botacion, 48 anos, é o típico empreendedor que dá sequência ao negócio da família. “É complicado abandonar algo que tornou-se, ao longo do tempo, a maior conquista de pessoas que estão próximas a você.”

Após iniciar a vida profissional como pintor na serralheria de seus parentes, hoje, ao lado de seu pai, Botacion é sócio-proprietário da mesma empresa que abriu as portas de sua carreira.

“Cresci vivendo a rotina desta serralheria. Passei por diversas funções aqui. É muito complicado abandonar quando cria-se um vínculo. Comecei e nunca mais quis largar”, relata.

Localizada no Jardim São Francisco desde 1976, a serralheria foi responsável por apresentar a Botacion o bairro que se tornou, ao longo dos anos, a grande paixão do empresário. “Quando a empresa chegou aqui, a região não tinha nada. No início, ajudamos muitos moradores”, relembra ele, que ainda revela o atrativo daquela época. “Tudo era difícil, mas quem passava por aqui sabia que o bairro prometia. Tanto que hoje é sede para diversas empresas da região.”

Segundo Botacion, a crise financeira que atingiu o País tem afetado a rotina da empresa. Mesmo assim, ele garante confiar no negócio. “Quando começamos, era uma serralheria artística. Entretanto, ao enfrentarmos uma crise em 1979, decidimos mudar e investir na questão de construção civil. Desde então, começamos a fornecer para fora e só agora sentimos uma pequena crise, até porque o Brasil inteiro está assim. Hoje temos só dois funcionários, mas acredito que vamos reverter a situação.”

Para o empresário, o Jardim São Francisco tem boa parcela de responsabilidade no sucesso da empresa. “Aqui temos tudo. Todos se conhecem. Muitos funcionários eram nossos amigos. Sem contar as empresas que ocupam a área. Aqui fizemos nosso passado com sucesso e é aqui que faremos nosso futuro.”

Projeto de time de futebol beneficia crianças e jovens

Fanático por futebol desde criança, Rodrigo Aparecido de Lima, 33 anos, assumiu neste ano a presidência do Esporte Clube São Francisco com a proposta de oferecer à comunidade atrativos que ajudem moradores que vivem no bairro de Ribeirão Pires.

Apesar das dificuldades enfrentadas com a falta de apoio, o ex-zagueiro do clube, que foi vice-campeão da Segunda Divisão do amador em 2003, irá iniciar na próxima semana projeto social com objetivo de oferecer aulas de futebol para crianças e adolescentes. “O esporte é a grande paixão nacional. Temos um professor no bairro que tinha esse projeto. Também sempre quis fazer algo do tipo. Juntamos a ideia e agora vamos colocar em prática. Isso irá ajudar muitas pessoas que ficam na rua ou até mesmo não têm nada para fazer na região.”

De acordo com o presidente, o projeto social deve beneficiar crianças e adolescentes entre 8 e 15 anos. “Aqui é um bairro tranquilo, mas não temos nada de entretenimento para pessoas que estão nesta faixa etária.”

O presidente do clube, que irá disputar, a partir de agosto, a Segunda Divisão do campeonato amador, relata que busca montar equipe de peso para este ano. “Infelizmente, temos dificuldades para adquirir recursos. Quem ajuda mesmo são os nossos próprios diretores.”

Mesmo diante das dificuldades, Lima não perde o bom humor. É no Bar do Romeu, um dos diretores do Esporte Clube São Francisco, que o presidente guarda as principais recordações e conquistas do clube. “Aqui reunimos nossos maiores tesouros. Acreditamos que ainda vamos conseguir manter o clube e dar orgulho para o bairro”, revela o morador, que ressalta a ajuda de familiares e vizinhos para a equipe. “Aqui a comunidade é unida para apoiar o time. É uma distração para todos no fim de semana quando vamos no campo.” 




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