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Prefeito de Diadema enfrenta greve pela 1ª vez
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
16/04/2010 | 07:39
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O governo Mário Reali (PT) enfrentou ontem a primeira greve de um dia do funcionalismo público de Diadema. Faixas, cartazes, apitaços, discursos inflamados e até mesmo vaias fizeram parte da manifestação dos servidores, que reivindicam 11% de reajuste salarial, benefícios e melhores condições de trabalho.

A direção do Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) classificou a greve de advertência, que se encerraria às 7h de hoje, como "muito positiva" a considerar o escasso tempo de organização. Para a Prefeitura, a adesão foi "pontual e não prejudicou os serviços de atendimento à população."

A greve de um dia foi em resposta à falta de proposta da administração petista, até o momento, às reivindicações da categoria. Em nota, a Prefeitura considerou o "movimento" precipitado e desnecessário, uma vez que as "negociações em nenhum momento foram interrompidas por parte do Executivo."

Os servidores que aderiram à greve vestiram camisetas brancas da campanha. E acessórios entregues pelo sindicato, como apitos e narizes de palhaços. Ao longo do dia foram várias caminhadas pelas ruas centrais da cidade. Um delas teve parada estratégica na frente do Paço por volta das 11h.

Guardas-civis municipais chamados para fazer a segurança do local fecharam o portão de entrada do público, durante o tempo em que os servidores faziam protesto pacífico.

O vice-presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno, engrossou o discurso do alto do caminhão de som. "Esta categoria está preparada para qualquer tipo de prova. Vamos esperar até o dia 22, caso o governo não apresente nenhuma proposta, o sindicato vai propor greve por tempo indeterminado para a categoria decidir em assembleia", avisou o sindicalista.

Porém, o recado não chegou diretamente ao prefeito Reali, que estava em reunião no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC em Santo André. Mais uma vez, a administração reiterou que uma "proposta de reajuste salarial está sendo estudada para o segundo semestre."

No período da tarde, os servidores em greve fizeram parada final com protesto na Câmara, onde ocorria a sessão. O que parecia impossível se viu: alguns vereadores do PT foram vaiados pela categoria.

Jandyra Uehara Alves, presidente do Sindema, não soube precisar o número de servidores que aderiam à greve. "Somente amanhã (hoje) teremos o balanço. Posso adiantar que tivemos participação de funcionários de 90% dos postos de trabalho da Prefeitura", afirmou. A adesão em escolas, creches e unidades de Saúde foi parcial.

A Prefeitura informou que os servidores que aderiram à ‘manifestação' terão o dia descontado.

Trabalhadores da Saned temem fusão com a Sabesp

Além do funcionalismo e de representantes dos movimentos de moradias na tribuna da Câmara, trabalhadores da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) protestaram contra o projeto de lei do Executivo que prevê a fusão da empresa municipal com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Para o presidente do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo), Renê dos Santos, a união das empresas pode implicar na precarização das condições de trabalho e terceirização dos serviços. "É a privatização do saneamento", afirmou, referindo-se aos cerca de 350 trabalhadores da Saned que podem perder os seus empregos.

O presidente do Legislativo, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), garantiu que o texto ainda não chegou na Casa. O que causou desconfiança de parte dos trabalhadores - alguns bastante exaltados e com gritos de guerra: "Se houver fusão vai ter confusão."

A dívida da Saned gira em torno de R$ 600 milhões com a Sabesp. Procuradas, a Saned não se pronunciou pelo horário pós-expediente. A Sabesp não quis se manifestar.




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