Política Titulo Sem sede própria
Sem projeto da Câmara, Rio Grande desembolsa R$ 5.600 em aluguel

Executivo é obrigado a gastar mensalmente com sede do Legislativo por falta de articulação e cumprimento de promessa de campanha

Caio dos Reis
Especial para o Diário
19/04/2015 | 07:00
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Montagem/DGABC


Sem conseguir viabilizar projeto de sede própria para o Legislativo, a Prefeitura de Rio Grande da Serra segue desembolsando R$ 5.641,54 ao mês no pagamento de aluguel para possibilitar o trabalho dos vereadores, que executam seus mandatos em espaço provisório, localizado inusitadamente em cima de uma farmácia.

A despesa anual do Executivo com o aluguel da sede é de R$ 67.698,48. Em 2010, o gasto era de aproximadamente R$ 3.800 mensais, o equivalente a R$ 45,6 mil anuais.

Os próprios parlamentares reconhecem que eventual nova sede da Câmara, cujo projeto está engavetado desde 2005, não deve sair do papel tão cedo, pelo menos, sem contar com auxílio financeiro por meio de emenda de deputados ou ajuda do governo federal. Falta, principalmente, articulação política. Os vereadores salientaram que a antiga proposta precisaria ser revista em termos estruturais e de valores.

A viabilização de prédio próprio Legislativo foi uma das promessas de Gabriel Maranhão (PSDB) durante campanha eleitoral de 2012. Atual presidente da Casa, Messias Cabeleireiro (PV) sustentou que no momento as tratativas estão paradas. “A gente já tentou, mas por enquanto está tudo parado. Estamos aguardando algum deputado ou o governo estadual para nos ajudar. Já falamos com alguns deputados e agora estamos esperando um retorno da parte deles”, ponderou o verde.

O chefe da Câmara admitiu que há problemas de acessibilidade e estrutura do local alugado. Por outro lado, Messias justificou que está de “mãos atadas”. “Nós sabemos dos problemas e queremos resolver, mas sem o recurso a gente não pode fazer nada”, frisou.

Outro empecilho que os parlamentares enfrentam é a ausência de um gabinete próprio, que serviria para atendimento da população – apenas o presidente tem um exclusivo –, e eles têm de se revesar em uma sala comum para o serviço.

Ex-dirigente da Casa, Edvaldo Guerra (PV) disse que em sua gestão chegou a fazer acordo com o chefe do Executivo, porém a promessa não foi cumprida. “Quando eu era presidente fiz um acordo com o prefeito (Maranhão) que era de apertar os cintos com os custos aqui da Câmara e repassar o valor economizado para ele empenhar na construção de outra sede. Infelizmente, ele pegou esse valor, que girava em torno de R$ 800 mil, e acabou usando para outros fins. Não sei ao certo, mas parece que ele usou esse dinheiro para pagamento de salários atrasados da Prefeitura”, reclamou o vereador. 




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