Economia Titulo Negócio próprio
Casal de Diadema lucra com canecas

Empreendedores preveem obter R$ 30 mil no
Dia das Mães fazendo estampas personalizadas

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
06/04/2015 | 07:05
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Anderson Silva/DGABC


Rodrigo de Souza Araújo, 38 anos, morador de Diadema, é um empreendedor. Servidor público e formado em Economia, ele resolveu, há cerca de um ano e meio, procurar mais uma atividade para complementar a renda familiar e dar qualidade de vida ao filho, que tinha acabado de nascer. Viu uma propaganda de impressão de imagens personalizadas em canecas, se interessou e, com investimento inicial de R$ 2.500, decidiu comprar uma prensa e uma impressora.

Os primeiros três meses foram um pouco difíceis. “No início, precisava ter know-how, não conhecia clientes. Eu ficava olhando para a máquina sem saber o que fazer”, diz. Aos poucos, ele foi aprendendo a manusear o equipamento e a readequar a rotina para efetuar as vendas. Após seis meses, já tinha recuperado o valor investido e em 11 meses os bons resultados começam a aparecer. Ele já tinha R$ 5.000 de faturamento líquido (descontando impostos e despesas com o material), projeta faturar R$ 30 mil neste Dia das Mães, em maio, e chegar a R$ 80 mil em vendas líquidas no ano todo de 2015.

Conta, para isso, com a ajuda de sua mulher, Sandra Maria do Santos Araújo, 34, que é professora, mas está saindo do emprego para se dedicar à atividade. Eles se dividem: enquanto Araújo faz a divulgação e a arte das canecas no computador, nas horas vagas de seu trabalho (de madrugada, nas horas de almoço e em dias de folga), Sandra foca na linha de produção e faz as imagens saírem do papel, tendo atenção nos detalhes da montagem.

O casal assinala que, como forma de se estruturar, fez curso no Sebrae, Sandra se inscreveu no regime do MEI (Microempreendedor Individual), e Araújo procurou conhecer o que os concorrentes faziam e buscou contatos, por exemplo, com donos de floriculturas e confeitarias, para revender seus produtos junto com o que os estabelecimentos oferecem ao consumidor final. “Não ganho tanto (por unidade), mas sempre dá saída; ajudo a alavancar as vendas deles”, diz o empreendedor. Eles têm hoje um site (http://knecas.com.br) e vendem a unidade a R$ 22, mas o valor cai se o pedido for em grande quantidade, e já pensam em adquirir equipamento mais moderno (impressora a lazer), estimado em R$ 1.600, para crescer mais.

EMPREENDEDORISMO - Araújo faz parte das estatísticas. No Brasil, cada vez mais pessoas vêm buscando o empreendedorismo, seja pela busca de alternativas por melhores condições de vida, tendências de flexibilização (como a redução da jornada de trabalho), padrões tecnológicos que exigem menor volume de capital e também o desemprego.

De acordo com dados da pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) de 2014, realizada no Brasil pelo Sebrae em parceria com o IBQP (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade), três em cada dez brasileiros adultos entre 18 e 64 anos possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. Em dez anos, essa taxa de empreendedorismo saltou de 23%, em 2004, para 34,5%. Metade da taxa corresponde aos empreendedores novos – com menos de três anos e meio de atividade – e a outra metade, aos donos de negócios já estabelecidos há mais tempo.

Entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o País é a nação com a maior taxa de empreendedorismo (26,7%), ficando quase oito pontos percentuais à frente dos chineses. A Índia tem índice de 10,2%; a África do Sul, 9,6%; e a Rússia, 8,6%.

Do total dos que começam negócio próprio no Brasil, 71 são motivados por uma oportunidade de negócios e não apenas por necessidade. Em 2002, o percentual dos que abrim por identificar oportunidade de mercado era de 42%.

Nessa última edição da pesquisa GEM, ter o seu próprio negócio continua sendo o terceiro maior sonho do brasileiro (atrás de ter casa própria e viajar pelo Brasil), mas, pela primeira vez, é praticamente o dobro das que desejam fazer carreira como empregado. Enquanto 31% dos brasileiros querem montar um negócio, 16% querem crescer dentro de uma empresa. 




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