O sentimento de indignação é o mais presente nos argumentos de pais de alunos das escolas municipais do bairro Areião. Ao detectarem a presença de parte dos vereadores nas localidades, familiares das crianças reclamaram diretamente sobre o plano de corte de parte da merenda.

Mãe de uma menina de 8 anos, que estuda no período vespertino, a atendente de loja Joseni Marques disse que a medida restritiva modificou radicalmente sua rotina. “Minha filha deixou de ter o almoço na escola e ficou muito ruim para mim, porque trabalho fora e para não deixá-la com fome, dou comida requentada muitas vezes. Ela preferia a comida do colégio”, contou.

Relato similiar foi destacado pela dona de casa Cristina Barbosa Alves, que é mãe de três filhos no bairro, com idades de 5, 8 e 10 anos. “Um deles estuda de manhã e quando chega em casa fala que está com dor de cabeça por causa de fome. Agora penso: ‘como terão bom desempenho nas aulas se ficam pensando em comida’”, indagou.

Pai de duas meninas de 9 e 6 anos, o líder de produção Rogério Carlos da Silva Oliveira considerou “não entender” o porquê da implantação do plano. Para o morador do bairro, as crianças o questionam incisivamente quando voltará o almoço na escola. “Elas estudam à tarde e gostavam muito da refeição. Não tenho muito o que explicar (aos filhos), porque eu mesmo não entendi. Nada foi nos explicado direito”, disse.