Palco de decisões emblemáticas no esporte internacional, o Ginásio Poliesportivo Adib Moyses Dib, em São Bernardo, está sem qualquer placa de identificação há pelo menos três meses. No equipamento, há apenas uma placa de metal lisa, acima das portas de entrada, deteriorando imagem do complexo, denominado em referência ao pai do ex-prefeito William Dib (PSDB), adversário ferrenho do atual chefe do Executivo, Luiz Marinho (PT), e possível candidato ao Paço na eleição de 2016.

O período sem identificação na unidade, curiosamente, é semelhante ao anúncio de Dib, em novembro, ao Diário de que tem interesse em entrar novamente na disputa pela Prefeitura na sucessão do petista. O tucano não concorreu à reeleição pela vaga de deputado federal e deixou o Congresso Nacional em janeiro.

O poliesportivo foi inaugurado em 1999, ano que antecedeu a eleição de Dib como vice de Maurício Soares, hoje no PT. A obra de construção do espaço, à época, custou R$ 5,7 milhões e contribuiu como uma das principais bandeiras eleitorais da dobrada – no pleito seguinte, em 2004, o tucano conquistou a reeleição. O loca possui capacidade de público de 7.000 pessoas.

Desde que assumiu o comando da Prefeitura em 2009, Marinho demonstrou contrariedade com o nome do poliesportivo. Prova disso é que o líder petista já cogitou a possibilidade de negociar naming rights (significado em inglês que trata da prática da concessão de direitos de nome a empresas donas de algum estabelecimento) do ginásio, o que daria condições de remover o nome ligado ao rival político. Por outro lado, o plano não avançou e, diante disso, o prefeito engavetou a proposta.

A despeito da situação, a Prefeitura informou, por nota, que “a identificação do ginásio não foi retirada, e sim a placa caiu devido aos desgastes”. “As providências já estão sendo tomadas para recolocação de nova identificação. Não há nenhuma intenção de alterar o nome do ginásio”, justificou o Paço, sem, no entanto, estabelecer prazo para reposição do nome do complexo.

CRÍTICAS
Oposicionista e presidente do diretório municipal do PPS, Julinho Fuzari criticou Luiz Marinho ao afirmar que o petista tem por prática não respeitar a história da cidade e atributos que foram nomeados. “Ele procura fazer isso simplesmente por conotação política. Muda o que já tem, sem argumentos específicos”, condenou o vereador, exemplificando troca de denominação de praça no Jardim Orquídeas, ocorrida em 2014, que se chamava Aldemir Moreira Santos, passando à nomeação de Theodoro Magnani.

Outro parlamentar que reclamou da postura do petista foi Juarez Tudo Azul (PSDB). “Vejo como descaso. Local tão importante sem placa de identificação. É reconhecido no País e tratado assim na cidade”, atacou. Procurado, Dib não quis se manifestar sobre o caso.